Professora é espancada por homem ao tentar tirar carro da vaga

Agressor se apresentou na delegacia, mas não foi preso. Caso é investigado na 34ª DP

A confusão ocorreu na Avenida Ribeiro Dantas, em Bangu
A confusão ocorreu na Avenida Ribeiro Dantas, em Bangu -
A Polícia Civil investiga o caso de agressão à professora Michele Brito, de 40 anos, espancada por um motorista durante uma discussão na Avenida Ribeiro Dantas, em Bangu, na Zona Oeste. A vítima disse que apenas pediu ao condutor para retirar o veículo que estava atrapalhando sua saída, quando foi surpreendida por ofensas e agressões. O caso aconteceu na noite de domingo (3).
A vítima ficou com vários hematomas no rosto. Em um vídeo que circula nas redes sociais, é possível ver o momento em que ocorre a confusão, onde dois casais aparecem nas imagens.

"Eu estava sozinha e havia pedido que retirassem os carros, pois eram dois. Se eles saíssem, eu poderia sair, já que haviam estacionado cruzado atrás do meu carro. No entanto, o carro deles não pegava e eu me ofereci para empurrar, pois só queria sair dali, já que estava ficando tarde. Então, a mulher do motorista começou a se alterar, disse que não iria tirar, começou a me ofender e começou toda a confusão", relatou Michele.

O advogado do Instituto Nacional de Combate à Violência Familiar, que representa a vítima, Jeanderson Kozlowsky, ressaltou também que um dos suspeitos agarrou Michele momentos antes de agredi-la.

"O rapaz estava discutindo com a mulher, quando, em meio à discussão, um deles a agarrou e lhe deu um beijo na boca. Então, ela pegou e o empurrou, até porque ela não o conhecia, não tinha intimidade, e todos eles estavam com as respectivas mulheres. Após isso, o agressor segurou o pescoço e começou a desferir vários socos no rosto dela", disse.

Segundo o advogado, o agressor foi levado à delegacia no mesmo dia. "Lá foi pedido que solicitassem a prisão dele, mas o delegado informou que não tinha flagrante. Apesar de ter sido informado que se tratava de uma lesão grave contra a mulher, o delegado não efetuou a prisão dos acusados. A Michele está bem lesionada, são lesões muito fortes. Ela está com medo porque eles moram na região e nós sabemos que qualquer coisa pode acontecer", frisou.

A professora reforçou que devido aos hematomas não consegue sair de casa e que depende de outras pessoas para fazer tarefas básicas.

"Estou um pouco lerda, fiquei um pouco surda por causa de tanto sangramento facial, então até para o dia a dia, eu faço alguma coisa e estou tendo que sentar, porque estou ficando um pouco tonta. Ainda não sai de casa, não consigo dirigir e nem ficar muito tempo em pé, estou dependendo de outras pessoas, já que uma vista minha está completamente fechada e a outra está inchando também", disse.

Michele revelou que sente medo dos envolvidos e que durante a briga, só tentou se defender. "Tudo aconteceu muito perto do meu trabalho, até pela exposição que está tendo nas redes sociais, isso gera uma preocupação, até porque ele foi alegar na delegacia que eles sofreram agressão. Sendo que eram quatro pessoas, dois casais, dois homens, e eu estava me defendendo das agressões que eu sofri. Eu gostaria que a justiça fosse feita, não só em relação aos socos, mas tinha momentos que ele ia me empurrando para trás, me enforcando", afirmou.

A Polícia Civil informou que a investigação está em andamento na 34ª DP (Bangu).