Na última sexta-feira (20, com o objetivo de discutir a vocação do estado do Rio de Janeiro para sediar grandes eventos, o jornal O DIA promoveu o fórum 'Realiza RJ', no Centro de Convenções do Hotel Prodigy Santos Dumont.
Um dos três painéis foi dedicado ao impacto dos eventos de grande porte no Desenvolvimento Econômico do estado. Para debater o tema, o jornalista Bruno Menezes recebeu Andreia Crôca, superintendente de Projetos Especiais da Secretaria de Desenvolvimento Econômico; Emerson Martins, empresário do setor do entretenimento; e Jorge Chaves, vice-presidente do HotéisRio e diretor-comercial e de Operações da rede de Hotéis Othon.
Andreia Crôca citou infraestrutura, avanços na segurança e mão de obra qualificada como aspectos para que o Rio siga atraindo eventos de grande porte. "Os grandes eventos trazem oportunidade de circulação de divisas, que, que traz aumento de arrecadação pública e, consequentemente, fortalecimento do orçamento público, que pode ser investido em políticas públicas prioritárias, como educação e saúde", explicou.
Produtor de eventos como o festival Spanta e proprietário de estabelecimentos, Emerson Martins falou sobre o impacto dos grandes eventos. "Também tenho bares e restaurantes na cidade. Quando a gente tem um projeto do porte da Maratona do Rio ou de um Rock in Rio, nosso faturamento em finais de semana chega a 40%, 50% a mais que o normal. Esse tipo de projeto, tanto cultural quanto esportivo, impacta diretamente nessa cadeia, porque temos ali não apenas os funcionários, já que outros empregos são atingidos. Os benefícios são incríveis", salientou.
Jorge Chaves, por sua vez, comentou a relação direta entre os eventos de grande porte e a rede hoteleira. "Quando falamos de grandes eventos, sejam musicais, esportivos ou de governos, isso favorece muito a ocupação hoteleira, provoca uma diluição de ocupação durante todo o ano e favorece as linhas de segmentação. O Rio de Janeiro possui um dos maiores parques hoteleiros do mundo. Se a gente não tiver eventos que favoreçam a demanda da ocupação, isso pode fazer com que aconteça o que houve anos atrás, que foi uma perda de alguns projetos hoteleiros significativos que deram espaço a projetos residenciais", explicou Chaves, lembrando que há uma sinergia, já que para sediar eventos de grande porte é necessário contar com uma rede hoteleira forte organizada e estruturada.
"A ocupação hoteleira no Rio de Janeiro, hoje, não tem aquele hiato, uma queda ocupacional muito grande ou aquele espírito de baixa ocupação. Ela mantém um fluxo muito mais linear de ocupação na cidade, o que favorece a qualidade do serviço prestado, o aumento de contratações, e não mais funcionários temporários e sim permanentes", disse Jorge, voltando ao que foi colocado por Andreia Crôca, que é o positivo efeito em cadeia, com o aumento da receita do estado com pagamento de impostos e o impacto social.
"Aqui no Rio, a gente tem a sorte de ter redes internacionais e hotéis de médio porte. E os eventos acabam sendo muito democráticos, porque trazem oportunidades para todos. Tem também oportunidade para o dono do hostel, para diferentes portes de empresas. E se a gente for falar de comércio, alimentação, estamos falando do grande restaurante da Zona Sul e do microempreendedor individual que está vendendo uma bebida, um lanche", disse Andreia Crôca, que finalizou lembrando novamente o ponto central: o impacto positivo do movimento causado pelos grandes eventos nas políticas públicas.