'Nero do Piseiro': Justiça determina prisão temporária de chefe de ataque a assentamento

Segundo o delegado que investiga o caso, ele confessou ter participado do crime e repassou informações para ajudar na localização de outros envolvidos

Nero estava escondido no bairro Santa Tereza, em Taubaté (SP), e foi detido em flagrante no local
Nero estava escondido no bairro Santa Tereza, em Taubaté (SP), e foi detido em flagrante no local -
O Tribunal de Justiça de São Paulo decidiu manter preso Antônio Martins dos Santos Filho, conhecido como "Nero do Piseiro", de 41 anos, suspeito de chefiar o ataque ao assentamento Olga Benário, do MST, em Tremembé, no interior de São Paulo.
Nero do Piseiro é apontado pela investigação como o mentor do crime que matou duas pessoas e feriu outras seis na noite da última sexta-feira (10). Ele foi detido no sábado (11) após ser reconhecido por testemunhas. Neste domingo (12), passou por audiência de custódia e a Justiça decidiu mantê-lo preso por 30 dias.
Segundo o delegado Marcos Parra, Nero confessou ter participado do ataque e repassou informações para ajudar na localização de outros envolvidos.
"Ele confessou o crime. Não só confessou, como ele está indicando onde podem ser encontradas as demais pessoas (que participaram do ataque). Além de confessar o crime, ele foi reconhecido por algumas das vítimas e testemunhas. A gente trabalha na condição de certeza da participação dele", disse.
Além de Nero, a Polícia Civil já identificou pelo menos mais um participante do ataque, Ítalo Rodrigues da Silva, que segue foragido. Outros nomes estão sendo investigados.
A polícia acredita que o crime foi motivado por divergências sobre lotes do assentamento. O Ministério da Justiça e Segurança Pública determinou que a Polícia Federal (PF) instaure um inquérito.
"A motivação foi um problema interno de pessoas do assentamento, sem nenhuma conotação com invasão ou proteção de terra. Foi uma cobrança de posição em relação à permissão de negociar o terreno ou não. A gente não conseguiu, até agora, entender se ele [Nero, o suspeito preso] era o adquirente ou se ele era o intermediário. Seja como for, ele estava lá para modificar o pensamento dos demais", disse o delegado.