'Mais um trabalhador morto por erro da polícia". A frase entoada por parentes e amigos no enterro do funcionário terceirizado da Águas do Rio Daniel Vitorio do Nascimento Moreira, de 21 anos, na tarde de ontem, no Cemitério de Inhaúma, na Zona Norte, reflete o sentimento por justiça. Ele morreu ao ser baleado durante troca de tiros entre policiais e criminosos no Complexo da Pedreira, em Costa Barros, sábado.
"A bala tinha direção sim, não era perdida. O policial afirmou que deu os oito tiros em cima do rapaz que estava na moto. Na hora, ele disse que não viu se tinha arma. Aí, depois, apareceu uma arma, que estava lá com o outro que morreu do outro lado", alegou o pai de Daniel, Anderson de Oliveira, que durante o cortejo ao corpo do filho carregou uma faixa pedindo Justiça. Ainda segundo ele, o jovem é mais um que "pagou seus impostos e o troco que recebeu foi bala".
A sogra de Daniel, Verônica Claudino, de 48 anos, falou sobre a revolta da família ao ver o jovem tratado como se fosse um criminoso. "Os amigos de trabalho dele estão aqui. Se fosse um bandido, não teria. Ele saiu para cortar o cabelo e, infelizmente, aconteceu isso. Aconteceu essa tragédia. Ele era uma pessoa maravilhosa, trabalhadora. Costumava ir mesmo quando estava doente. Infelizmente, a violência em Costa Barros está demais. A gente vai na rua e do nada começa o tiroteio. O morador fica refém e a gente precisa ir na rua. A criança precisa ir à escola, a gente precisa sair pra comprar uma coisa", lamentou.