Bicheiro Vinicius Drumond é alvo de operação contra furto de petróleo

Segundo investigação, o esquema é financiado com dinheiro do jogo do bicho

Vinicius Drumond é vice-presidente executivo da Imperatriz Leopoldinense
Vinicius Drumond é vice-presidente executivo da Imperatriz Leopoldinense -
Rio — A Polícia Civil realizou, nesta quarta-feira (5), a Operação Ouro Negro, contra integrantes de uma quadrilha especializada no furto de petróleo e derivados de dutos subterrâneos da Petrobras. O grupo é comandado por Vinicius Drumond, filho do contraventor Luizinho Drummond, e tem fortes conexões com o jogo do bicho, que financia as operações ilícitas. Foram realizados mandados de busca e apreensão em residências dos alvos, empresas de fachada e depósitos clandestinos.
A ação visa impactar o esquema de furto de combustível, mas também as bases financeiras da contravenção.
A organização funcionava com uma estrutura hierarquizada, com setores especializados em perfuração de dutos, transporte e armazenamento de combustíveis furtados, além de uma rede de informantes para monitorar ações dos policiais e empresas de fachada para lavagem de dinheiro.
Todas as atividades eram financiadas com dinheiro do jogo do bicho, utilizado para comprar equipamentos de perfuração de dutos, alugar veículos para transporte de combustíveis e pagar colaboradores envolvidos na proteção do esquema.
De acordo com as investigações, Vinicius, atual vice-presidente executivo da Imperatriz Leopoldinense, também tem envolvimento em diversas atividades ilícitas, como agiotagem, lavagem de dinheiro e corrupção, mas sua atuação é marcada pelo uso de "laranjas", o que dificulta o rastreamento pelas autoridades. Segundo a Delegacia de Defesa dos Serviços Delegados (DDSD), as provas coletadas evidenciam sua participação direta e liderança nesse esquema.
Além de Vinicius, também são alvos da operação Franz Dias Costa e Mauro Pereira Gabry, duas figuras conhecidas e com longa trajetória neste tipo de crime. Eles participam de esquemas de furto de combustíveis e outras atividades ilícitas, atuando como peças-chave na estrutura do grupo.
Quadrilha tem relação com morte de advogado no Centro
As investigações apontaram uma possível relação do grupo com a morte do advogado Rodrigo Marinho Crespo, alvo de disparos em frente ao prédio da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), no Centro do Rio, em 26 de fevereiro de 2024. A locadora de veículos utilizada pela organização criminosa para facilitar o furto de petróleo é a mesma envolvida no caso do assassinato.
O crime teria relação com possíveis conflitos internos da contravenção, e indícios apontam o envolvimento de pessoas ligadas ao jogo do bicho. O veículo usado no homicídio foi alugado por uma empresa de fachada supostamente vinculada à mesma organização.