Polícia apreende 'carro-forte' usado por criminosos no Complexo da Maré

Veículo blindado tinha espaço para os criminosos colocarem o cano dos fuzis para atirar

Veículo de luxo usado como 'carro forte' de bandidos na Maré
Veículo de luxo usado como 'carro forte' de bandidos na Maré -
A Polícia Civil realizou uma operação no Complexo da Maré, na Zona Norte do Rio de Janeiro, na manhã desta sexta-feira (6). Durante a ação, foi apreendido um veículo blindado que era usado como "carro-forte" por criminosos.

Segundo os investigadores, o carro tinha vários furos nos vidros para facilitar a troca de tiros e proteger os bandidos dos disparos. Os criminosos utilizavam principalmente fuzis. O veículo apreendido é uma BMW e possui pelo menos cinco furos: dois no vidro traseiro, dois nas janelas e um no para-brisa.

A operação tinha como alvo um esquema de roubo de cargas e veículos. Os policiais cumpriram 74 mandados de busca e apreensão nas comunidades Nova Holanda e Parque União, no Complexo da Maré, além de outras regiões da capital e da Baixada Fluminense. Foram cumpridos mandados também nos estados do Ceará, Bahia, Goiás e Santa Catarina.

Segundo as investigações, dois grupos criminosos estariam escondidos na Maré. Os integrantes, vinculados à facção Comando Vermelho (CV), seriam responsáveis por grandes roubos de cargas no estado do Rio.

A estrutura da quadrilha foi identificada após a prisão de um suspeito, que relatou a existência de um local dentro da Maré denominado como "escritório". Lá, os criminosos se reuniam para planejar os roubos e revendas dos bens roubados.

Os dois líderes das organizações criminosas têm mandados de prisão pendentes pelo crime de roubo de cargas. Um deles é Felipe Pereira Santos, conhecido como Jack Cargas, considerado o maior assaltante de cargas e veículos da atualidade.

A quadrilha agia nas principais vias do estado, e o transbordo das cargas roubadas era realizado em comunidades de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, e nos complexos do Alemão, da Maré e de Manguinhos, na Zona Norte.

As investigações revelaram que os criminosos movimentaram mais de R$ 18 milhões entre 2022 e 2023 com a venda das cargas roubadas. A Justiça determinou o bloqueio das contas bancárias relacionadas aos investigados até o limite deste valor.

A operação faz parte da segunda fase da Operação Torniquete, que visa reprimir roubo, furto e receptação de cargas e veículos. Desde setembro, já foram presos mais de 360 suspeitos, além da recuperação de veículos e cargas.