Rio - A Justiça do Rio adiou o julgamento dos quatro PMs envolvidos na morte da engenheira Patrícia Amieiro que estava marcado para esta terça-feira (11) no Tribunal do Júri. A decisão pela mudança de data foi proferida, nesta segunda-feira (10), após o Ministério Público do Rio (MPRJ) entrar com recurso. O júri ainda não tem nova data definida.
O pedido do MP em segunda instância barra decisão da Justiça que impedia a inclusão do depoimento de um taxista, considerado pela defesa testemunha-chave. Segundo o recurso do órgão, a falta da fala da testemunha causaria um "enorme prejuízo" ao processo.
Os procuradores do órgão também argumentaram que o adiamento do júri não afeta os réus, uma vez que os PMs respondem em liberdade pelo processo criminal. Na última sexta-feira, a juíza Alessandra da Rocha Lima Roidis havia alegado que as novas provas não seriam consideradas no julgamento.
A partir dessa negativa, o MP enviou novo pedido à magistrada informando que a intimação da testemunha já estava aprovada pela 1ª Vara Criminal. Contudo, esse pedido foi negado e o órgão decidiu partir para a segunda instância.
O primeiro adiamento do júri popular aconteceu em junho do ano passado, mês em que o crime completaria 16 anos. À época, o motivo para a remarcação era justamente o surgimento da nova testemunha, o taxista que garantiu ter presenciado o crime dos PMs contra Patrícia. O relato chegou à acusação em 2020.
São réus nesse júri os PMs Marcos Paulo Nogueira Maranhão e Willian Luís Nascimento, que vão responder por tentativa de homicídio. Além deles, os policiais Márcio Oliveira dos Santos e Fábio Silveira Santana serão julgados por fraude processual.
Marcos Paulo e Willian já haviam sido condenados em 2019, no primeiro julgamento do caso, pelo crime de fraude processual, mas inocentados das acusações de tentativa de homicídio. A pena deles foi de três anos e 60 dias de prisão pelos sete jurados que participaram do Conselho de Sentença do 1º Tribunal do Júri da Capital.
Segundo o Tribunal de Justiça do Rio, o caso será analisado pela 8ª Câmara Criminal, que deve definir uma nova data.
Relembre o caso
Patrícia Amieiro é considerada desaparecida em junho de 2008, quando tinha 24 anos. Na ocasião, ela voltava de carro de uma festa no Morro da Urca, na Zona Sul do Rio. A engenheira seguia para casa, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste, quando, na saída do Túnel do Joa, o veículo dela teria sido confundido com o de um traficante e os PMs atiraram.
O automóvel foi encontrado a poucos metros de distância no Canal de Marapendi. Para o Ministério Público estadual (MPRJ), que acusa os PMs, o corpo da engenheira foi retirado do veículo, que foi jogado no canal pelos policiais para encobrir o crime. Ela foi declarada morta em 2011.
O caso foi tratado, inicialmente, como acidente de carro com desaparecimento do corpo, mas passou a ser visto como homicídio após peritos encontrarem marcas de tiros no automóvel.
O automóvel foi encontrado a poucos metros de distância no Canal de Marapendi. Para o Ministério Público estadual (MPRJ), que acusa os PMs, o corpo da engenheira foi retirado do veículo, que foi jogado no canal pelos policiais para encobrir o crime. Ela foi declarada morta em 2011.
O caso foi tratado, inicialmente, como acidente de carro com desaparecimento do corpo, mas passou a ser visto como homicídio após peritos encontrarem marcas de tiros no automóvel.