Testemunhas são intimadas para audiência sobre a morte da menina prensada por carro alegórico no Carnaval

Oito pessoas respondem por homicídio culposo

Raquel Antunes da Silva, de 11 anos, passou por cirurgia, mas não resistiu
Raquel Antunes da Silva, de 11 anos, passou por cirurgia, mas não resistiu -
Rio - O Tribunal de Justiça intimou 24 testemunhas para prestarem depoimento sobre o acidente com um carro alegórico que matou Raquel Antunes da Silva, de 11 anos, durante o desfile no Sambódromo, no Carnaval de 2022. A 29ª Vara Criminal do Rio marcou uma audiência para o dia 13 de março e oito pessoas respondem por homicídio culposo.
Em abril de 2022, a menina morreu na dispersão da Avenida Marquês de Sapucaí durante desfile da Série Ouro. Na ocasião, Raquel foi prensada entre um poste e um carro alegórico da escola Em Cima da Hora. Ela chegou a ter a perna direita amputada após uma cirurgia complexa, mas acabou morrendo. Foram denunciados pelo Ministério Público do Rio:
- Flavio Azevedo da Silva, ex-presidente administrativo da escola Em Cima da Hora;
- Wallace Alves Palhares, ex-presidente da Liga-RJ (entidade responsável pelos desfiles da Série Ouro);
- Cícero Cristiano André, então diretor da Liga-RJ;
- o engenheiro civil Daniel Oliveira Junior;
- José Crispim da Silva Neto, coordenador de dispersão; 
- Carlos Eduardo Cruz, motorista do caminhão reboque;
- Rodney Dionizio Melo, auxiliar de dispersão;
- Carla Ardelino, integrante da Liga-RJ à época.
De acordo com o MPRJ, os denunciados praticaram condutas que, de forma isolada ou conjunta, por imperícia, negligência ou imprudência, resultaram na morte de Raquel. Ela estava em cima da alegoria e foi prensada no momento em que o carro alegórico abre-alas da escola se chocou em um poste.
Em razão de problemas técnicos em seu motor, o carro alegórico necessitou do auxílio de um caminhão reboque 'Carvalhão' para ser transportado da área de dispersão, na época. Segundo a denúncia, isso foi feito de maneira descuidada e perigosa, já que o veículo não estava em condições ideais de utilização e nem apresentava o equipamento que poderia viabilizar seu reboque com segurança.
O carro ainda desfilou sem autorização prévia do Corpo de Bombeiros Militar. O documento ressaltou ainda que não haviam pessoas suficientes na área de dispersão aptas a orientar o condutor do reboque e escoltar a alegoria, bem como não havia fiscalização por parte da Liga-RJ.
Na ocasião, Raquel subiu no carro alegórico enquanto a mãe estava lanchando numa praça no Estácio, próximo da saída do Sambódromo. O veículo passou em um trecho estreito e as pernas da menina foram prensadas contra um poste.
Ela passou por uma cirurgia de seis horas de duração e precisou ter uma das pernas amputada por causa de graves lesões. Durante o procedimento, a menina teve uma parada cardiorrespiratória, mas foi reanimada. No entanto, após dois dias, ela morreu no Hospital Municipal Souza Aguiar, no Centro do Rio.