Rio - A Polícia Militar realiza, na manhã desta sexta-feira (21), uma operação nos morros da Fé e Sereno, no Complexo da Penha, na Zona Norte. Segundo moradores, há intenso tiroteio na região desde as primeiras horas do dia. Na ação, uma mulher de 50 anos foi baleada dentro de casa. Ainda durante o confronto, dois agentes ficaram feridos por estilhaços e um terceiro sofreu um princípio de infarto.
Equipes também atuam nas comunidades do Trem, em Vila Kosmos, no Juramento e Juramentinho, em Vicente de Carvalho. Relatos apontam ainda que disparos foram ouvidos no Ipase, em Vila Kosmos, e no Complexo do Lins.
Em imagens que circulam nas redes sociais é possível ver a intensidade do confronto. Na Vila da Penha, uma bala perdida chegou a atingir a janela da casa de um morador. Devido ao clima de tensão nas comunidades, ônibus precisaram alterar o itinerário, clínicas da família foram afetadas e 19 escolas municipais interromperam o funcionamento na região.
Policiais acessando o morro da fé (CV) no cpx da penha, muitos tiros na região. https://t.co/2bZKS1qRWX pic.twitter.com/EKQUGxJWhq
— PEGAVISÃO RJNEWS (@pegavisaorjnews) February 21, 2025
TIROTEIO NO MORRO DA FÉ, NO COMPLEXO DA PENHA, ZONA NORTE, RIO DE JANEIRO RJ, NO INÍCIO DA MANHÃ DE HOJE!
— Popular News (@PopularNewsBR) February 21, 2025
*Cuidado pic.twitter.com/jIkqy2Nt6k
Sexto né @governador Vila da Penha chovendo bala pic.twitter.com/sjuEdBMFpq
— Luiz Otavio Guimaraes (@LuizOtavioBSJ) February 21, 2025
De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, o quadro de saúde da moradora Alessandra Cristina da Silva Castella é estável. Ainda no hospital, o PM que sofreu infarto foi estabilizado e transferido para outra unidade da corporação. Já os outros dois agentes, feridos no Juramentinho, estão internados no Hospital Salgado Filho. Ambos estão conscientes e medicados.
Segundo a PM, as ações são realizadas por agentes do 16° BPM (Olaria), da Coordenadoria de PolíciaPacificadora (CPP), do 41º BPM (Irajá) e do 3ºBPM (Méier). O objetivo é reprimir a movimentação de criminosos da região. Até o momento, dois veículos foram recuperados e drogas apreendidas.
Impactos
Na região do Complexo da Penha, 15 escolas municipais precisaram interromper o funcionamento. Já na comunidade do Juramento, duas unidades foram impactadas e no Juramentinho mais duas.
No momento, a Clínica da Família Felippe Cardoso mantém o atendimento à população nesta sexta-feira (21). Apenas as atividades externas realizadas no território, como as visitas domiciliares, estão suspensas.
Já as clínicas da família Augusto Boal, Adib Janete e Ana Maria Conceição dos Santos Correia suspenderam o início do funcionamento e agora avaliam a possibilidade da abertura.
Já as clínicas da família Augusto Boal, Adib Janete e Ana Maria Conceição dos Santos Correia suspenderam o início do funcionamento e agora avaliam a possibilidade da abertura.
Além disso, três linhas de ônibus estão com desvio em seu itinerário. São elas:
621 (Penha x Saens Peña)
622 (Penha x Saens Peña)
679 (Grotão x Méier)
621 (Penha x Saens Peña)
622 (Penha x Saens Peña)
679 (Grotão x Méier)
Violência recorrente na Penha
O Complexo da Penha, dominado pela facção Comando Vermelho (CV), tem como principal liderença criminosa Edgard Alves de Andrade, conhecido como Doca ou Urso. Em 24 de janeiro, no dia do aniversário do traficante, uma megaoperação deixou seis mortos, incluindo um policial militar.
Dentre as vítimas estão: O agente Diogo Marinho Rodrigues Jordão, de 37 anos, baleado na cabeça; o jardineiro Carlos André Vasconcelos, de 35 anos, atingido por um tiro nas costas a caminho do trabalho, próximo à estação do BRT da Penha; Antônio Júlio Cláudio, 53, morador do Complexo do Alemão; Geraldo Carlos Barbosa dos Reis, 67; um adolescente de 16 anos, que, segundo a polícia, tinha envolvimento com o tráfico no Alemão; e um jovem de 21 anos, identificado apenas como Ryan.
Considerado um dos traficantes do alto escalão no Comando Vermelho e um dos criminosos mais procurados do Rio, Doca, que batizou a sua quadrilha como "Tropa do Urso", está à frente, segundo as investigações da Polícia Civil, de dezenas de invasões sangrentas em comunidades do estado nos últimos três anos.