Foi o nome de Pelé que, inesperadamente, salvou a vida de Sebastião Salgado em uma das situações mais perigosas que o fotógrafo enfrentou na carreira. Durante uma cobertura em 1994, no auge do genocídio de Ruanda, Salgado se viu cercado por homens armados com facões, e escapou da morte apenas porque mencionou o craque brasileiro.
Naquele ano, após o assassinato do presidente Juvénal Habyarimana, Ruanda mergulhou em um dos episódios mais sangrentos da história recente: cerca de 800 mil pessoas, em sua maioria da etnia tutsi, foram mortas em apenas 100 dias por extremistas hutus.
Naquele ano, após o assassinato do presidente Juvénal Habyarimana, Ruanda mergulhou em um dos episódios mais sangrentos da história recente: cerca de 800 mil pessoas, em sua maioria da etnia tutsi, foram mortas em apenas 100 dias por extremistas hutus.
Salgado, conhecido por seus registros potentes em preto e branco, viajou até a Tanzânia, na fronteira com Ruanda, para documentar a tragédia. Lá, em um campo de refugiados, decidiu seguir em direção ao rio Kagera, rota de fuga de milhares de pessoas, para chegar o mais perto possível do conflito.
"Os corpos vinham descendo o rio. Em meia hora, contei 29 caindo de uma pequena queda-d’água", contou o fotógrafo em entrevista à antiga revista Playboy. Determinado a continuar seu trabalho, ele tentou embarcar em um barquinho que fazia o trajeto de volta a Ruanda. Foi então que foi cercado por cerca de dez homens com facões, desconfiados de sua origem.
Eles achavam que Salgado era francês, nacionalidade que, na época, era associada ao apoio aos tutsis. O tradutor, um tutsi que falava francês, alertou que seriam mortos. Foi aí que o brasileiro teve uma ideia: "Fala pra eles que eu sou do país do Pelé!"
A resposta mudou tudo. O nome do Rei do Futebol acalmou os ânimos. Os homens recuaram e deixaram Salgado seguir. "O Pelé é realmente conhecidíssimo, e de certa forma salvou a minha vida", concluiu.
O episódio virou uma das histórias mais marcantes da trajetória de Sebastião Salgado, que faleceu nesta sexta-feira (23), aos 81 anos, sendo lembrado como um dos maiores nomes da fotografia mundial.
Eles achavam que Salgado era francês, nacionalidade que, na época, era associada ao apoio aos tutsis. O tradutor, um tutsi que falava francês, alertou que seriam mortos. Foi aí que o brasileiro teve uma ideia: "Fala pra eles que eu sou do país do Pelé!"
A resposta mudou tudo. O nome do Rei do Futebol acalmou os ânimos. Os homens recuaram e deixaram Salgado seguir. "O Pelé é realmente conhecidíssimo, e de certa forma salvou a minha vida", concluiu.
O episódio virou uma das histórias mais marcantes da trajetória de Sebastião Salgado, que faleceu nesta sexta-feira (23), aos 81 anos, sendo lembrado como um dos maiores nomes da fotografia mundial.