Camelôs realizam manifestação

16 novas proibições começam a valer em junho

Camelôs realizaram uma manifestação, ontem, contra o decreto da prefeitura que estabelece novas regras para quiosques e ambulantes da cidade. O ato ocorreu em frente ao Copacabana Palace. Com faixas e cartazes, a categoria reforçou o desejo de trabalhar livremente nas praias da cidade.

Segundo o ambulante Carlos Pereira, mais de 3.500 pessoas dependem do trabalho nas praias do Rio de Janeiro. "Nós estamos aqui reivindicando pacificamente nosso direito de trabalhar. Nós dependemos, temos família, temos colegas que pagam pensão alimentícia através do trabalho na praia, a gente quer que esse decreto acabe. Não queremos guarda apreendendo mercadoria", disse.

Em decreto publicado há 10 dias, a prefeitura determinou 16 proibições que devem entrar em vigor em 1º de junho. Entre elas, não serão permitidas estruturas de comércio ambulantes, como carrocinhas, barracas, food trucks e trailers, sem autorização.

Outra medida é a fiscalização do exercício de comércio de ambulantes sem permissão, incluindo a venda de alimentos em palitos. Ou seja, venda de milho, churrasco, camarão, queijo coalho e entre outros estão proibidas. Para a comerciante conhecida como Loira do Milho, a medida vai tirar sua única fonte de renda.

"Trabalho em Ipanema há seis anos. É a renda dos meus filhos, a renda que tenho para comer, pagar aluguel. Nós somos trabalhadores, não somos bandidos. Não existe praia sem churrasco, sem camarão, sem milho".

O protesto reuniu dezenas de pessoas na Av. Atlântica. "Já entrei com projeto de decreto para sustar o decreto do Paes. Primeiro, deve haver diálogo para depois ter qualquer regramento", alegou o vereador Leonel de Esquerda (PT), presidente da Comissão do Trabalho Informal da Câmara.

Entre as proibições, também está o uso de caixas de som, instrumentos e grupos musicais, independentemente de horário, salvo se houver autorização prévia da prefeitura.