Trabalhadores não eram registrados

Fábrica que pegou fogo tinha irregularidades

Após quatro meses do incêndio na fábrica de fantasias Maximus Confecções, em Ramos, na Zona Norte, que matou o trabalhador Rodrigo de Oliveira e deixou outras 21 pessoas feridas, a auditora-fiscal do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) Ana Luiza Horcades afirma depender apenas da identificação de todos os funcionários para conclusão do relatório. A empresa foi autuada por diversas infrações, já que no registro constava um total de zero trabalhadores.

Ana Luiza, que vistoriou o local na época do acidente, explicou que o órgão ainda pretende realizar o registro formal dos trabalhadores e a emissão da Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT) para os feridos, documento essencial para assegurar seus direitos previdenciários. No entanto, vem enfrentando dificuldades para localizar todas as vítimas.

"A ação fiscal ainda está em curso, porque a gente não conseguiu a identificação de muitos dos trabalhadores. Esses dados estão em um relatório da Polícia Civil, e a gente só teve, até o momento, acesso ao relatório parcial. Ou seja, a ação fiscal está praticamente concluída, o que falta é a identificação de todos os trabalhadores afetados para a gente poder fazer o encaminhamento deles a CAT", explicou.

Na ocasião, muitos dos trabalhadores dormiam no local, inclusive adolescentes. Alguns chegaram a sair com roupas de dormir em meio ao fogo.

Segundo a auditora-fiscal, além da lavratura de vários autos de infração em desfavor da empresa, que tinha questões relacionadas ao ambiente de trabalho e estava em situação irregular, o estabelecimento também foi autuado pela falta de registro dos trabalhadores.