Rio - A Secretaria Municipal de Esportes criou normas para a prática coletiva de stand up paddle na orla das praias do Rio. A medida acontece após um incidente que deixou mais de 100 pessoas à deriva na Praia do Leme, na Zona Sul, no fim de semana. As regras para a atividade foram publicadas nesta terça-feira (24), no Diário Oficial do município.
As normas estabelecem que as atividades coletivas do stand up paddle sejam dadas por instrutores que têm alvará válidos e expedidos pela Prefeitura do Rio. O grupo não pode ter mais de 25 pranchas/praticantes, sem considerar as pranchas de apoio/instrutor. A proporção deve ser de um apoio/instrutor para cada cinco pranchas/praticantes.
A medida define também que o apoio precisa estar devidamente uniformizado para fácil visualização dos praticantes e da fiscalização. Equipamentos de segurança obrigatórios devem ser disponibilizados, como coletes salva-vidas homologados pela Marinha do Brasil para cada usuários; kit de primeiros socorros para pequenos ferimentos; binóculo ou monóculo para acompanhamento em terra; e, no mínimo, um par de rádios comunicadores a prova d'água para contato entre o ponto de apoio na areia e o instrutor no mar.
Além disso, passa a ser obrigatório o uso do strap (cordinha) na prancha, bem como os instrutores acompanharem e seguirem os alertas de condições climáticas emitidos pela Marinha e outros órgãos competentes. As regras da secretaria consideram a necessidade da criação de protocolos de segurança para os praticantes e para respeitar as condições climáticas.
No último sábado (21), um grupo de mais de 100 pessoas que praticava stand-up paddle na Praia do Leme não conseguiu retornar à orla, devido as fortes rajadas de vento que passaram pelo mar no momento da atividade. Do grupo, 73 precisaram ser resgatadas pelo Corpo de Bombeiros. Os guarda-vidas recorreram a embarcações e helicópteros do Grupamento de Operações Aéreas para salvar os praticantes e pelo menos oito precisaram receberam atendimento médico no local.
Por conta do incidente, a Secretaria Municipal de Esportes informou, nesta segunda-feira (23), que vai cassar o alvará da empresa envolvida. A SUP Copa, que acumula mais de 100 mil seguidores em uma rede social, afirmou que não havia previsão de vento forte para a manhã do episódio, segundo os principais institutos meteorológicos. "O que aconteceu foi uma rajada de vento inesperada que acabou arrastando muitos praticantes para longe da costa", explicou.
A empresa disse ainda que todos os clientes usavam coletes salva-vidas homologados pela Marinha e havia um bote de apoio com salva-vidas acompanhando a atividade. "Mesmo com toda a estrutura e planejamento, não foi possível alcançar todas as pessoas a tempo. Acidentes fazem parte de qualquer esporte e não devem desmerecer quem trabalha com profissionalismo e compromisso".
Uma determinação da pasta e da Subprefeitura da Zona Sul chegou a fechar outros estabelecimentos que oferecem as atividades nas praias, nesta segunda-feira, e a previsão era de interrupção por sete dias. Entretanto, a medida foi revogada, mas a prefeitura alertou que professores e responsáveis pela atividade terão que seguir as novas diretrizes da secretaria.