Rio - "Você sempre esteve comigo em todos os momentos, inclusive nos piores deles. A gente sempre dizia que moveria montanhas uma pela outra. E, daqui do Brasil, tentei mover uma lá na Indonésia por você." O texto foi escrito por Mariana Marins, irmã da publicitária Juliana Marins, que morreu depois de cair em uma trilha na Indonésia, como uma forma de despedida.
A publicação, realizada nas redes sociais no fim da noite desta quarta-feira (25), lembrou como era a relação entre elas. Segundo Mariana, que era cinco anos mais velha do que a irmã, que tinha 26 anos, Juliana pedia uma sobrinha sempre que possível.
"Você sempre foi a maior parceira do mundo, mesmo sendo avoadinha de tudo, sempre acreditando que todas as coisas sempre iam dar certo. E o pior: elas sempre davam certo! Do nada, me pego pensando no fato de que, agora, não tenho mais minha madrinha de casamento. Outra coisa que tem me incomodado muito é que meus filhos não terão a tia Ju por perto. Você seria uma excelente tia. Seus sobrinhos vão saber tudo sobre você. Não se preocupe com isso. Mas eles não terão o privilégio de conviver com você. E isso tem acabado comigo", diz a postagem.
Mariana revelou que o Natal é a sua data preferida e que a irmã embarcava nas suas aventuras.
"Ensinei você a andar de bicicleta, a tocar violão e a gostar de 30 Seconds to Mars só pra ir ao show comigo. Como vou ser velha sem você? Como terei 60 anos sem você do meu lado? Quem usará um gorro de natal comigo em qualquer dia de dezembro? Inclusive, não sei como serão os natais sem você, irmã. Minha data preferida. Em que você fazia questão de usar um gorrinho junto comigo porque você sabia que eu amava. Minha irmã gêmea, com 5 anos de diferença, que me amou, me protegeu, me incentivou, me acolheu. Vai ser muito difícil não te ter por perto, irmã. Vai ser muito difícil seguir sem você. A vida vai ser muito difícil sem você", escreveu.
Nesta quarta-feira (25), Manoel Marins, pai da jovem, também publicou uma carta em homenagem à filha. De acordo com ele, Juliana viajou com o próprio dinheiro, a fim de realizar um sonho.
O caso
Juliana foi encontrada sem vida nesta terça-feira (24) após cair em uma trilha no Monte Rinjani. Foram quatro dias de buscas pela publicitária. Segundo as autoridades locais, o corpo foi localizado a cerca de 600m de profundidade. Porém, por conta do clima e do terreno difícil, as equipes de resgate precisaram montar um acampamento na região, próximo à vítima, para esperar o amanhecer e finalizar o trabalho.
O corpo da brasileira foi resgatado na manhã desta quarta-feira (25), no horário local. Para a família, houve negligência por parte da equipe de resgate, que não chegou até a vitima dentro do prazo estimado de 7h. De acordo com a Brigada Móvel da Polícia de NTB e a Equipe Conjunta de Busca e Salvamento (SAR) da região, os socorristas tiveram dificuldades com o terreno íngreme e vertical de Rinjani, além do tempo chuvoso e forte neblina.
Para especialistas em operações de salvamento em regiões remotas ou de alto risco ouvidos pela reportagem de O DIA, houve lentidão na resposta das autoridades locais, o que pode ter comprometido as chances de um socorro mais eficaz.
O resgate foi realizado pelo montanhista voluntário Agam Rinjani, primeiro a chegar onde o corpo estava. Ele contou que passou a noite à beira de um penhasco, a cerca de 590 metros do cume da montanha e, para evitar uma queda, usou âncoras de segurança para não deslizar por mais 300 metros. Devido à forte neblina e às condições climáticas adversas, ele e outro alpinista, identificado como Tyo, fizeram um acampamento vertical no meio da encosta. Ao amanhecer, Agam carregou sozinho a maca com o corpo da brasileira até o topo do monte.
Moradora de Niterói, a jovem fazia um "mochilão" pela Ásia há cinco meses. Além da Indonésia, ela já havia conhecido as Filipinas, a Tailândia - onde viveu cinco dias em um retiro de yoga e outros cinco em um monastério budista - e o Vietnã, definido por ela como o "preferido."
A Prefeitura de Niterói se disponibilizou para custear o translado do corpo da vítima da Indonésia até a cidade.
Carta da irmã
Aos 4 anos de idade, falei pros meus pais que eu queria 10 irmãs. Aos 5 anos, quando você nasceu, não quis mais nenhum, vc já valia pelos 10! Hahaha!
Você sempre foi doidinha de tudo, de ter as melhores tiradas, um humor típico Marins.
Ensinei você a andar de bicicleta, a tocar violão, a gostar de 30 seconds to mars só pra ir ao show comigo.
Você sempre foi a maior parceira do mundo, mesmo sendo avoadinha de tudo, sempre acreditando que todas as coisas sempre iam dar certo. E o pior: elas sempre davam certo!
Você sempre esteve comigo em todos os momentos, inclusive nos piores deles. A gente sempre dizia que moveria montanhas uma pela outra, e daqui do Brasil, tentei mover uma lá na Indonésia por você. Desculpa não ter sido suficiente, irmã.
Do nada me pego pensando no fato de que agora não tenho mais minha madrinha de casamento... ainda bem que eu consegui casar bem antes de você sair de casa pra ir realizar o seu sonho! E ainda bem que vc também amava o amor da minha vida. Era incrível o amor de vocês! Escolhi muito bem né, como você já cansou de me falar.
Outra coisa que tem me incomodado muito é que meus filhos não terão a tia Ju por perto. Seu relógio biológico bateu errado e você - semana sim, semana não - me pedia logo uma sobrinha. Você seria uma excelente tia. Seus sobrinhos vão saber tudo sobre você. Não se preocupe com isso. Mas eles não terão o privilégio de conviver com você. E isso tem acabado comigo.
Como vou ser velha sem você? Como terei 60 anos sem você do meu lado? Quem usará um gorro de natal comigo em qualquer dia de dezembro?
Inclusive, não sei como serão os natais sem você, irmã. Minha data preferida. Em que você fazia questão de usar um gorrinho junto comigo porque você sabia que eu amava.
Minha irmã gêmea, com 5 anos de diferença, que me amou, me protegeu, me incentivou, me acolheu.
Vai ser muito difícil não te ter por perto, irmã.
Vai ser muito difícil seguir sem você.
A vida vai ser muito difícil sem você.
Você sempre foi doidinha de tudo, de ter as melhores tiradas, um humor típico Marins.
Ensinei você a andar de bicicleta, a tocar violão, a gostar de 30 seconds to mars só pra ir ao show comigo.
Você sempre foi a maior parceira do mundo, mesmo sendo avoadinha de tudo, sempre acreditando que todas as coisas sempre iam dar certo. E o pior: elas sempre davam certo!
Você sempre esteve comigo em todos os momentos, inclusive nos piores deles. A gente sempre dizia que moveria montanhas uma pela outra, e daqui do Brasil, tentei mover uma lá na Indonésia por você. Desculpa não ter sido suficiente, irmã.
Do nada me pego pensando no fato de que agora não tenho mais minha madrinha de casamento... ainda bem que eu consegui casar bem antes de você sair de casa pra ir realizar o seu sonho! E ainda bem que vc também amava o amor da minha vida. Era incrível o amor de vocês! Escolhi muito bem né, como você já cansou de me falar.
Outra coisa que tem me incomodado muito é que meus filhos não terão a tia Ju por perto. Seu relógio biológico bateu errado e você - semana sim, semana não - me pedia logo uma sobrinha. Você seria uma excelente tia. Seus sobrinhos vão saber tudo sobre você. Não se preocupe com isso. Mas eles não terão o privilégio de conviver com você. E isso tem acabado comigo.
Como vou ser velha sem você? Como terei 60 anos sem você do meu lado? Quem usará um gorro de natal comigo em qualquer dia de dezembro?
Inclusive, não sei como serão os natais sem você, irmã. Minha data preferida. Em que você fazia questão de usar um gorrinho junto comigo porque você sabia que eu amava.
Minha irmã gêmea, com 5 anos de diferença, que me amou, me protegeu, me incentivou, me acolheu.
Vai ser muito difícil não te ter por perto, irmã.
Vai ser muito difícil seguir sem você.
A vida vai ser muito difícil sem você.