Rio - Uma operação prendeu, nesta segunda-feira (30), Marcelo Simões Mesqueu, o "Marcelo Cupim". O contraventor foi denunciado pela morte de Haylton Carlos Gomes Escafura, filho do bicheiro José Caruzzo Escafura, o Piruinha, e a namorada dele, a soldado da Polícia Militar, Franciene de Souza. O crime ocorreu em 2017, na disputa pela exploração de pontos do jogo do bicho.
A ação é realizada pelo Grupo de Atuação Especializada no Combate ao Crime Organizado do Ministério Público do Rio (Gaeco/MPRJ), com apoio da Coordenadoria de Segurança e Inteligência (CSI/MPRJ), da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) e da Corregedoria da PM. Além da prisão preventiva de Marcelo, denunciado no último dia 23 por homicídio, são cumpridos 15 mandados de busca e apreensão contra seis investigados pelos assassinatos, entre eles dois policiais militares.
Os mandados, expdidos pela 4ª Vara Criminal da Capital, são cumpridos em endereços das cidades do Rio, Cabo Frio, na Região dos Lagos, e em Florianópolis, Santa Catarina. Segundo as investigações, o crime foi motivado por um disputa pelo controle de pontos de jogos de azar, quando Haylton teria tentado reassumir espaços arrendados por Cupim junto de Piruinha, seu pai e integrante da chamada "velha cúpula" da contravenção.
Em novembro de 2023, Marcelo Cupim já havia sido preso em uma operação do Gaeco e Polícia Federal, apontado como líder do jogo do bicho na Zona Norte. O contraventor estava foragido há cerca de um ano e acabou detido no momento em que deixava a filha na escola. Na ocasião, ele foi denunciado pelos crimes de organização criminosa, corrupção e lavagem de dinheiro obtido com a exploração de jogos de azar.
O Gaeco ainda investiga o possível envolvimento de membros da organização criminosa liderada por Cupim, bem como de matadores ligados ao grupo conhecido como "Escritório do Crime" nos homicídios de Haylton, 37, e Franciene, 27. As mortes ocorreram em junho de 2017, quando eles foram encontrados dentro do banheiro de um quarto do Hotel Transamérica, na Barra da Tijuca, Zona Oeste. O casal acabou atingido por pelo menos 10 tiros e diversas cápsulas de pistola e fuzil foram deixadas no local.
Anos antes da morte, em 2012, o filho de Piruinha chegou a ser preso pela Polícia Federal por envolvimento com a máfia dos caça-níqueis e pela venda de carros de luxo para lavar dinheiro, após ficar oito meses foragido. Ele foi condenado a 15 anos e quatro meses de prisão e cumpria liberdade condicional. Em 2015, voltou à prisão por burlar o benefício.
