Rio - Uma irmã de Mariela Amado Vieira, encontrada morta, com sinais de estrangulamento, na Tijuca, Zona Norte do Rio, na última quarta-feira (22), acredita que um “sentimento de posse” levou Paulo Roberto Mendonça, companheiro da vítima, a cometer feminicídio. De acordo com a Polícia Civil, ele teria tirado a própria vida na sequência. As investigações seguem na Delegacia de Homicídio da Capital (DHC) para esclarecer demais fatos e a motivação do crime.
Segundo vizinhos, Paulo, de 43 anos, e Mariela, de 44, não tinham um histórico de discussões mais intensas. E a própria Daniela Amado Vieira, 50 anos, frisa que a irmã nunca relatou casos de violência nas conversas rotineiras que as duas mantinham à distância, fosse por WhatsApp ou ligação, já que Daniela mora em Tombos (MG), onde o corpo de Mariela - que era natural da cidade mineira e vivia no Rio havia 23 anos - foi sepultado na noite da última quinta-feira (24).
No entanto, recorda Daniela em entrevista ao DIA, Paulo Roberto teria adotado um comportamento abusivo nos últimos meses devido a uma mudança de hábitos de Mariela: “Ela resolveu emagrecer, frequentar academia, se cuidar. E isso fez com que ele começasse a ridicularizá-la, dizendo coisas do tipo ‘você está horrível’ e sugerindo que ela estivesse se arrumando para outro homem”.
Daniela complementa: “O que motivou o crime foi isso: sentimento de posse dele em relação a ela. Nos últimos tempos, essa situação estava muito nítida”.
Ainda de acordo com a irmã de Mariela, os dois filhos do casal, de 16 e 10 anos, ficaram, ao menos a princípio, com os avós paternos, no Rio: “No momento, achamos ser o melhor para eles, pois o menor é autista, e agora uma mudança mais severa ainda seria prejudicial a ele”.
Ela lista as principais lembranças que ficam da irmã: “Uma mãe atípica, incansável na luta pelo filho. Trabalhadora, honesta e muito amada e querida por todos”

