Policial penal é preso

José Ferrarini se entregou na Cidade da Polícia após atirar no pé de entregador

O policial penal José Rodrigo da Silva Ferrarini, que atirou à queima-roupa no entregador Valério Júnior durante um desentendimento pela entrega de um pedido, foi preso na tarde de ontem. O agente se entregou na Cidade da Polícia, na Zona Norte. A Justiça do Rio havia expedido um mandado de prisão temporária contra ele pelo crime de tentativa de homicídio qualificado.

O caso ocorreu na Rua Carlos Palut, próximo à Praça do Merck, na Taquara, na Zona Oeste, por volta das 2h10, no sábado. De acordo com a vítima, o agente atirou na sua perna porque ele se recusou a subir até o apartamento para deixar a encomenda. Um vídeo, compartilhado na própria rede social de Valério, mostra o policial falando "você não subir é uma parada", atirando e reclamando da gravação.

Ontem, Ferrarini teve a prisão temporária decretada após representação da 32ª DP (Taquara), responsável pela investigação do caso. A advogada Thaís Loureiro, que defende o entregador, afirmou que, se não fosse a gravação, o policial penal poderia ter matado o motoboy.

"Ele está respondendo por tentativa de homicídio qualificado. Conseguimos comprovar que havia, sim, a intenção de matar e que ele só não finalizou, só não concretizou a morte, porque Valério iniciou as gravações. Caso contrário, com certeza, na clandestinidade, haveria, sim, a execução", disse.

A Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap) informou, também ontem, que instaurou um Processo Administrativo Disciplinar (PAD) contra o agente, além de tê-lo afastado de suas funções por 90 dias.