Moradores resgatam mais de 60 corpos

Número de mortos em megaoperação no Rio chegou a 121

Alguns corpos estavam cobertos. Outros, não
Alguns corpos estavam cobertos. Outros, não -

Após a megaoperação considerada a mais letal da história do Rio, moradores levaram mais de 60 corpos à Praça São Lucas, na Estrada José Rucas, uma das principais do Complexo da Penha, na Zona Norte, entre a madrugada e manhã de ontem. Segundo o secretário de Polícia Civil, Felipe Curi, o número de mortos chega a 121, sendo 117 traficantes e quatro policiais.

No entanto, moradores ainda resgatavam mais corpos na área de mata da Vacaria, na Serra da Misericórdia, onde ocorreram os principais confrontos entre as forças de segurança e criminosos.

Em imagens chocantes, é possível ver os corpos enfileirados no chão sob uma lona, a maioria com marcas de tiros no peito, cabeça e na barriga. O transporte dos cadáveres foi feito com caminhonetes da própria população. Em meio ao desespero das famílias, uma mãe foi flagrada beijando o corpo do filho. A todo momento, parentes chegavam para reconhecer as pessoas. Na praça, um padre também esteve presente, fazendo uma oração junto aos moradores.

No a porta do IML, os cadáveres também foram enfileirados na porta devido à quantidade.

De acordo com números oficiais disponibilizados em coletiva de imprensa, 58 mortos foram encontrados na terça, incluindo os agentes, e 63 ontem. Além disso, 113 criminosos acabaram presos, sendo 33 deles de outros estados, e mais 10 adolescentes foram apreendidos.

"Todo trabalho de inteligência foi meticulosamente calculado, e deu certo. Exatamente o que nós queríamos, o cenário que nós projetamos, foi o que encontramos", afirmou Curi.

Familiar reconhece um dos mortos na guerra
Familiar reconhece um dos mortos na guerra Reginaldo Pimenta / Agência O Dia
Roupas foram achadas em área de mata
Roupas foram achadas em área de mata Reginaldo Pimenta / Agência O Dia
Dezenas de corpos foram enfileirados na Praça São Lucas, na Penha
Dezenas de corpos foram enfileirados na Praça São Lucas, na Penha Reginaldo Pimenta / Agência O Dia