Familiares de mortos na operação nos Complexos da Penha e do Alemão chegavam a todo momento no Instituto Médico Legal (IML) Afrânio Peixoto, no Centro, ontem, para reconhecimento e liberação dos corpos. Abalados, parentes denunciaram supostas violações por parte dos policiais.
Moradora do Complexo da Penha, a microempreendedora Tauã Brito relatou que o filho, Wellington Brito, 20 anos, que tinha envolvimento com o tráfico, pediu ajuda, porque estava encurralado. Ela diz que ao receber a mensagem, tentou fazer buscas para que ele pudesse se render, mas teria sido impedida por policiais que teriam atirado para dificultar o acesso de parentes à mata. O jovem foi localizado por moradores, de madrugada, sem vida. Segundo a mãe, ele teria sido morto com tiro na cabeça e estava com cortes de faca no braço, além dos pulsos apresentarem marcas de cordas.
"É algo que eu nunca imaginei que ia sentir na vida. Não tem explicação a dor que é uma mãe perder um filho, você olhar o seu filho com a cabeça estourada. O que aconteceu ali foi algo muito desumano", desabafou, ressaltando que nunca apoiou a escolha de Wellington de se envolver com o tráfico.

