O universo dos influenciadores digitais vive um momento de transformação profunda. Se antes bastava acumular seguidores e publicar fotos bonitas, hoje o mercado exige mais consistência, verdade e relacionamento. Quem afirma é o analista do Sebrae Rio, Leonardo Higino, que conversou com o jornalista Sidney Rezende sobre os pilares que diferenciam quem realmente se destaca no ambiente digital. Segundo ele, a influência atual não se sustenta em números soltos, mas na capacidade de criar conexão genuína com o público. E isso passa por três bases fundamentais: autenticidade, senso de comunidade e constância.
"Ser influenciador é muito mais do que postar fotos. Em um período dominado por inteligência artificial, a forma como você se comunica se torna um diferencial", explica Leonardo. Para ele, o seguidor reconhece rapidamente quando há verdade na fala e quando existe apenas reprodução de tendência. A autenticidade, portanto, vira marca registrada, e também filtro natural. O segundo pilar é a construção de comunidade, um espaço onde o público se sente parte ativa da conversa, criando laços de confiança. "Ter seguidores fiéis é o que sustenta qualquer carreira digital. E isso não se compra", destaca. O terceiro ponto, segundo o analista, é a constância: "É como uma casa, que você precisa cuidar todos os dias para manter em pé."
Essa construção sólida abre caminho para um fenômeno em ascensão: o poder dos micro e nano influenciadores. Leonardo explica que, enquanto os grandes influenciadores viralizam conteúdos e furam bolhas, os perfis menores têm taxa de conversão mais alta porque falam diretamente com nichos muito específicos. "Contratar micro ou nano influenciadores pode aumentar a possibilidade de conversão da marca, justamente por causa da proximidade com o público. Eles geram identificação imediata", diz. Ele reforça que números impressionam, mas relacionamento é o que constrói influência de verdade.
Outro ponto que vem mudando o mercado é a forma como marcas e influenciadores constroem campanhas juntos. Não basta mais entregar um roteiro pronto e esperar que o criador execute. Os profissionais que se destacam são aqueles que se envolvem no processo criativo, ajudam a moldar a mensagem e transformam a publicidade em conteúdo relevante. "Quando o influenciador participa da criação, ele conversa muito mais com sua comunidade. A publi deixa de ser apenas propaganda e vira experiência", afirma Leonardo. Segundo ele, esse tipo de parceria tende a gerar resultados mais orgânicos, engajamento espontâneo e reforço positivo de marca.
Para completar o cenário, o analista aponta que o público está mais crítico e menos tolerante a exageros, ostentações artificiais ou discursos desconectados da realidade. A tendência é que os influenciadores que mantêm coerência entre discurso e prática se consolidem com mais força. "Influenciar é sobre confiança. E confiança se conquista com verdade e constância", resume.
O mercado digital segue competitivo, mas também cheio de oportunidades para quem entende que influência é uma construção diária. E, como destaca Leonardo Higino, a chave está menos na busca por viralizar e mais em criar pontes reais, com marcas, com pessoas e consigo mesmo.

