Rio - Oito criminosos do Rio estão entre os 216 mais procurados do Brasil. A lista foi divulgada, na última segunda-feira (8), pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) através do Programa Captura, uma ação de articulação nacional voltada à identificação, localização e prisão de bandidos considerados de alta periculosidade.
Segundo o Governo Federal, cada estado indicou oito alvos prioritários com base em uma matriz de risco, que avaliou aspectos como gravidade e natureza do crime cometido, vinculação com organizações criminosas, existência de múltiplos mandados de prisão e atuação interestadual.
Do território fluminense, os mais procurados são: Adilson Oliveira Coutinho Filho, o Adilsinho; Álvaro Malaquias Santa Rosa, o Peixão; Bernardo Bello Pimentel Barboza, o Bello; Edgar Alves de Andrade, o Doca ou Urso; Luciano Martiniano da Silva, o Pezão; Paulo David Guimarães Ferraz Silva, o Naval; Wallace de Brito Trindade, o Lacoste; e Wilton Carlos Rabello Quintanilha, o Abelha.
Segundo o Governo Federal, cada estado indicou oito alvos prioritários com base em uma matriz de risco, que avaliou aspectos como gravidade e natureza do crime cometido, vinculação com organizações criminosas, existência de múltiplos mandados de prisão e atuação interestadual.
Do território fluminense, os mais procurados são: Adilson Oliveira Coutinho Filho, o Adilsinho; Álvaro Malaquias Santa Rosa, o Peixão; Bernardo Bello Pimentel Barboza, o Bello; Edgar Alves de Andrade, o Doca ou Urso; Luciano Martiniano da Silva, o Pezão; Paulo David Guimarães Ferraz Silva, o Naval; Wallace de Brito Trindade, o Lacoste; e Wilton Carlos Rabello Quintanilha, o Abelha.
Saiba mais sobre eles:
Adilson Oliveira Coutinho Filho, o Adilsinho: É patrono da escola de samba Acadêmicos do Salgueiro e dono de uma distribuidora de cigarros e charutos. Ele é apontado como líder de um grupo que monopolizou a venda de cigarros em diferentes pontos da Região Metropolitana. Investigações indicam que, apenas entre setembro de 2019 e fevereiro de 2020, por exemplo, seu grupo teve um lucro de mais de R$ 9 milhões.
Em março deste ano, ele foi alvo de uma operação da Polícia Federal contra o comércio ilegal de cigarros e, em maio, 22 trabalhadores paraguaios em situação análoga à escravidão precisaram ser resgatados de uma fábrica clandestina de cigarros, que teria elo com Adilsinho.
Em 2024, a Polícia Civil pediu sua prisão preventiva por suspeita de ter mandado matar o miliciano Marco Antônio Figueredo Martins, conhecido como Marquinho Catiri, e o seu comparsa, Alexsandro José da Silva, o Sandrinho. O crime aconteceu na comunidade da Guarda, na Zona Norte, em 2022.
Segundo investigações, o homicídio foi motivado por uma disputa na contravenção. Catiri, que controlava a milícia que atua em comunidades de Del Castilho e Inhaúma, na Zona Norte, estava ligado ao rival de Adilsinho, Bernardo Bello.
Após a morte de Catiri, o contraventor assumiu o controle da região. Ainda de acordo com a Polícia Civil, a organização criminosa liderada por ele foi responsável por uma série de homicídios ao longo dos anos, todos ligados a disputas pela exploração ilegal de cigarros e jogos de azar.
Álvaro Malaquias Santa Rosa, o Peixão: É um dos chefes do Terceiro Comando Puro (TCP) e controla o Complexo de Israel, na Zona Norte. Ele possui uma extensa ficha criminal em que constam crimes como homicídio, tortura, associação ao tráfico, roubos e ocultação de cadáver.
Na noite de segunda, familiares do traficante foram flagrados pela Polícia Rodoviária Federal tentando deixar o país, seguindo para a Bolívia, mas ele não foi localizado.
Peixão também passou a ser investigado por terrorismo em outubro de 2024, quando a Polícia Civil instaurou um inquérito após um tiroteio na Avenida Brasil terminar com três inocentes mortos. Na ocasião, a PM afirmou que criminosos comandados por ele teriam recebido ordens para atirar contra motoristas e passageiros na Avenida Brasil. O objetivo era tirar o foco dos agentes envolvidos em uma operação no Complexo de Israel.
Adepto de símbolos de Israel, como a Estrela de Davi, ele é conhecido por sua intolerância contra praticantes de religiões de matriz africana e costuma expulsar esses moradores de suas áreas de influência, além de determinar a invasão e depredação de centros religiosos.
A religiosidade dele é tamanha que ele se autointitula como Arão, o profeta de Deus, irmão de Moisés. O nome foi assumido também pela sua quadrilha que se autodenomina 'Tropa do Arão'. O próprio Complexo de Israel seria uma referência à Terra Prometida.
Além disso, o traficante também usa símbolos para marcar seus territórios, que geralmente estão colocados em pontos altos das comunidades. Na Cidade Alta, por exemplo, foi instalada uma Estrela de Davi que pode ser vista a mais de 2,5 km de distância.
Bernardo Bello Pimentel Barboza, o Bello: Contra ele, que já presidiu a escola de samba Unidos de Vila Isabel entre 2017 e 2018, constam dois mandados de prisão em aberto na 1ª Vara Criminal do Rio. O contraventor chegou a ser preso em janeiro de 2022, na Colômbia, mas foi solto após a Justiça acolher um habeas corpus e determinar a liberdade. A Polícia Civil do Rio e o MPRJ tentam prendê-lo desde novembro daquele ano.
Bernardo Bello responde pelas mortes de Bid, tio da ex-mulher dele, e do advogado Carlos Daniel Dias André, além do crime de lavagem de dinheiro e organização criminosa. As investigações apontam que ele se tornou um dos chefes do jogo do bicho no Rio após romper com a mulher e com toda a família dela, conhecida como os Garcia, em uma ascensão marcada a sangue.
Ele se casou com a filha do bicheiro Waldemir Paes Garcia, o Maninho, assassinado em setembro de 2004. Com a morte do contraventor, os negócios da família Garcia seriam herdados pelo irmão dele, o Bid.
Edgar Alves de Andrade, o Doca ou Urso: Considerado de altíssima periculosidade e investigado por mais de 100 homicídios, o traficante foi um dos alvos da megaoperação dos Complexos da Penha e Alemão, na Zona Norte, que deixou 121 mortos no dia 28 de setembro deste ano.
Na ocasião, o secretário da Polícia Civil, Felipe Curi, afirmou que o criminoso é a "personificação do narcoterrorista" e possui cerca de 260 anotações criminais. Além disso, ele também é acusado de mandar assassinar os primos Alexandre da Silva, de 10 anos, Lucas Matheus da Silva, 8, e Fernando Henrique Ribeiro Soares, 11, em Belford Roxo, na Baixada Fluminense, em 2021, por causa do furto de passarinhos.
De acordo com as investigações, Edgar, de 55 anos, usa comunidades da Zona Norte como base de atuação do grupo. Nos últimos meses, passou a liderar invasões em áreas da Zona Sudoeste, como Gardênia Azul e César Maia.
A Polícia Civil também aponta Doca como o mandante da execução de três médicos e da tentativa de homicídio de uma quarta vítima, em outubro de 2023, na Barra da Tijuca, Zona Sudoeste. As vítimas participavam de um congresso de medicina e teriam sido confundidas com milicianos.
Em maio deste ano, investigações apontaram ainda que Celso Luís Rodrigues, o Celsinho da Vila Vintém, fundador da facção Amigos dos Amigos (ADA), firmou um pacto com Doca. A aliança tinha como objetivo expandir o domínio territorial e o tráfico de drogas na Zona Sudoeste.
Considerado um dos chefes do Comando Vermelho, o Disque Denúncia divulgou um novo cartaz de procurados logo após a megaoperação, em que a recompensa por sua captura passou de R$ 1 mil para R$ 100 mil. O montante se igualou ao que foi oferecido por Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, que está preso há 20 anos, mas continua atuando na cúpula do CV.
De acordo com as investigações, Edgar, de 55 anos, usa comunidades da Zona Norte como base de atuação do grupo. Nos últimos meses, passou a liderar invasões em áreas da Zona Sudoeste, como Gardênia Azul e César Maia.
A Polícia Civil também aponta Doca como o mandante da execução de três médicos e da tentativa de homicídio de uma quarta vítima, em outubro de 2023, na Barra da Tijuca, Zona Sudoeste. As vítimas participavam de um congresso de medicina e teriam sido confundidas com milicianos.
Em maio deste ano, investigações apontaram ainda que Celso Luís Rodrigues, o Celsinho da Vila Vintém, fundador da facção Amigos dos Amigos (ADA), firmou um pacto com Doca. A aliança tinha como objetivo expandir o domínio territorial e o tráfico de drogas na Zona Sudoeste.
Considerado um dos chefes do Comando Vermelho, o Disque Denúncia divulgou um novo cartaz de procurados logo após a megaoperação, em que a recompensa por sua captura passou de R$ 1 mil para R$ 100 mil. O montante se igualou ao que foi oferecido por Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, que está preso há 20 anos, mas continua atuando na cúpula do CV.
Luciano Martiniano da Silva, o Pezão: É chefe do tráfico de drogas do Complexo do Alemão, na Zona Norte, e também um dos líderes da facção Comando Vermelho há quase 30 anos.
Segundo informações do Disque Denúncia, ele assumiu o controle da favela após receber ordens diretas de Márcio dos Santos Nepomuceno, o Marcinho VP e Fernandinho Beira-Mar para matar o antigo chefe, o traficante Antônio de Souza Ferreira, o Tota, em 2008.
Em 2005, ele chegou a ser preso pela Polícia Civil por chefiar a venda de drogas na favela da Grota, comunidade que faz parte do complexo, mas foi solto pela justiça em 2008.
De acordo com denúncias, após a ocupação da região em 2010, ele teria ido se refugiar em vários locais sob o domínio do CV, como a Mangueirinha, Juramento (parte), Morro da Galinha, em Inhaúma, e em outros morros e favelas em São Gonçalo e Niterói, na Região Metropolitana.
Conforme informações mais recentes, Pezão estaria circulando no Morro do Juramentinho, em Vicente de Carvalho, na Favela da Fazendinha, em Inhaúma, e na Pedra do Sapo, em Ramos. Nestas comunidades, ele estaria promovendo e financiando bailes funks. Investigações apontam ainda que o traficante teria expulsado diversos moradores e transformado suas casas em pontos de drogas e endolação, além de matar aqueles que são contra suas ordens.
Segundo informações do Disque Denúncia, ele assumiu o controle da favela após receber ordens diretas de Márcio dos Santos Nepomuceno, o Marcinho VP e Fernandinho Beira-Mar para matar o antigo chefe, o traficante Antônio de Souza Ferreira, o Tota, em 2008.
Em 2005, ele chegou a ser preso pela Polícia Civil por chefiar a venda de drogas na favela da Grota, comunidade que faz parte do complexo, mas foi solto pela justiça em 2008.
De acordo com denúncias, após a ocupação da região em 2010, ele teria ido se refugiar em vários locais sob o domínio do CV, como a Mangueirinha, Juramento (parte), Morro da Galinha, em Inhaúma, e em outros morros e favelas em São Gonçalo e Niterói, na Região Metropolitana.
Conforme informações mais recentes, Pezão estaria circulando no Morro do Juramentinho, em Vicente de Carvalho, na Favela da Fazendinha, em Inhaúma, e na Pedra do Sapo, em Ramos. Nestas comunidades, ele estaria promovendo e financiando bailes funks. Investigações apontam ainda que o traficante teria expulsado diversos moradores e transformado suas casas em pontos de drogas e endolação, além de matar aqueles que são contra suas ordens.
Em novembro deste ano, Pezão foi indiciado pela Polícia Federal junto com o ex-deputado Thiego Raimundo de Oliveira Santos, conhecido como TH Joias, e outros 16 criminosos. Investigações identificaram um esquema de corrupção envolvendo o traficante e agentes políticos e públicos. Segundo a PF, a organização infiltrava-se na administração pública para garantir impunidade e acesso a informações sigilosas, além de importar armas do Paraguai e equipamentos antidrone da China, revendidos até para facções rivais do Comando Vermelho.
Pezão ainda é apontado como responsável pela importação de armas de fogo e drogas, aquisição de equipamentos para derrubada de drone e lavagem de dinheiro, entre outros crimes.
Paulo David Guimarães Ferraz Silva, o Naval: Depois da prisão de Luís Antônio da Silva Braga, o Zinho, que se entregou à Polícia Federal na véspera do Natal, em 2024, Naval se tornou um dos líderes da milícia na Zona Oeste.
O apelido tem relação com seu passado como fuzileiro naval, já que ingressou na Marinha em 2012. Segundo investigações, ele domina as comunidades do Barbante, Vilar Carioca, Antares e Rola, consideradas estratégicas para o grupo.
O miliciano também é acusado de participar da morte do ex-vereador Jerônimo Guimarães Filho, o Jerominho. Em 2023, o Ministério Público do Rio (MPRJ) o denunciou como um dos autores da execução do ex-parlamentar e de seu cunhado, Maurício Raul Atallah. Os dois foram baleados em agosto de 2022, na Estrada Guandu Sapé, em Campo Grande.
A execução, segundo investigações, foi motivada por uma suposta tentativa por parte de Jerominho de retomar o comando do grupo paramilitar que atua na região.
De acordo com o MPRJ, o ex-vereador foi fundador da milícia privada conhecida como Liga da Justiça, responsável pela prática de homicídios e extorsões, em razão da cobrança de taxas de segurança a comerciantes e moradores da Zona Oeste, principalmente no bairro de Campo Grande.
O apelido tem relação com seu passado como fuzileiro naval, já que ingressou na Marinha em 2012. Segundo investigações, ele domina as comunidades do Barbante, Vilar Carioca, Antares e Rola, consideradas estratégicas para o grupo.
O miliciano também é acusado de participar da morte do ex-vereador Jerônimo Guimarães Filho, o Jerominho. Em 2023, o Ministério Público do Rio (MPRJ) o denunciou como um dos autores da execução do ex-parlamentar e de seu cunhado, Maurício Raul Atallah. Os dois foram baleados em agosto de 2022, na Estrada Guandu Sapé, em Campo Grande.
A execução, segundo investigações, foi motivada por uma suposta tentativa por parte de Jerominho de retomar o comando do grupo paramilitar que atua na região.
De acordo com o MPRJ, o ex-vereador foi fundador da milícia privada conhecida como Liga da Justiça, responsável pela prática de homicídios e extorsões, em razão da cobrança de taxas de segurança a comerciantes e moradores da Zona Oeste, principalmente no bairro de Campo Grande.
Wallace de Brito Trindade, o Lacoste: Ligado à facção Terceiro Comando Puro, ele chefia o tráfico de drogas no Complexo da Serrinha, em Madureira, Zona Norte.
Segundo informações do Disque Denúncia, as comunidades ostentam a maior quantidade de armas e bocas de fumo da região da grande Madureira. Ao todo, seriam centenas de fuzis e pontos de drogas, que rendem mensalmente mais de R$ 700 mil para a facção que domina todas as cinco favelas do complexo.
Lacoste tem ordenado ainda invasões no Morro do Cajueiro, dominado pela facção rival, o Comando Vermelho. Além disso, ele também é um dos indiciados pela Polícia Federal junto com TH Joias e Pezão.
Segundo informações do Disque Denúncia, as comunidades ostentam a maior quantidade de armas e bocas de fumo da região da grande Madureira. Ao todo, seriam centenas de fuzis e pontos de drogas, que rendem mensalmente mais de R$ 700 mil para a facção que domina todas as cinco favelas do complexo.
Lacoste tem ordenado ainda invasões no Morro do Cajueiro, dominado pela facção rival, o Comando Vermelho. Além disso, ele também é um dos indiciados pela Polícia Federal junto com TH Joias e Pezão.
Wilton Carlos Rabello Quintanilha, o Abelha: Ele também é uma das principais lideranças do CV e atua em parceria com Doca, chefe do Complexo da Penha.
Abelha saiu pela porta da frente do Complexo de Bangu, mesmo com mandado de prisão ativo, no dia 27 de julho de 2021.
O traficante integra o grupo chamado de "conselho", onde os criminosos com maior posição hierárquica dentro da facção têm poder de decisão. Esses líderes, mesmo presos, são os responsáveis por coordenar negócios clandestinos a nível estadual e nacional, pela organização financeira e por determinar invasões territoriais a comunidades controladas por rivais.
O criminoso tem ainda forte influência nas favelas do Santo Amaro, Mangueira, Manguinhos e Complexo do Alemão. Por conta do seu forte poder de decisão, ele, que estava preso desde 2002, chegou a ser transferido para presídios federais duas vezes.
Abelha saiu pela porta da frente do Complexo de Bangu, mesmo com mandado de prisão ativo, no dia 27 de julho de 2021.
O traficante integra o grupo chamado de "conselho", onde os criminosos com maior posição hierárquica dentro da facção têm poder de decisão. Esses líderes, mesmo presos, são os responsáveis por coordenar negócios clandestinos a nível estadual e nacional, pela organização financeira e por determinar invasões territoriais a comunidades controladas por rivais.
O criminoso tem ainda forte influência nas favelas do Santo Amaro, Mangueira, Manguinhos e Complexo do Alemão. Por conta do seu forte poder de decisão, ele, que estava preso desde 2002, chegou a ser transferido para presídios federais duas vezes.

