Desembargador é preso pela PF em ação que apura vazamento de informações do caso TH Joias

Macário Ramos Júdice Neto é o relator do processo do ex-deputado, detido por ligação com CV; Rodrigo Bacellar também é alvo da ação

Macário Júdice Neto (carregando uma mala) foi preso nesta terça-feira (16)
Macário Júdice Neto (carregando uma mala) foi preso nesta terça-feira (16) -
Rio - O desembargador federal Macário Ramos Júdice Neto, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF2), foi preso, na manhã desta terça-feira (16), na Barra da Tijuca, Zona Sudoeste, em decorrência de uma investigação que apura o vazamento de informações da ação que prendeu Thiego Raimundo dos Santos Silva, o TH Joias, em setembro deste ano. Júdice Neto é o relator do processo de TH.
Nesta terça, policiais federais realizam diligências pela segunda fase da Operação Unha e Carne, que apura a atuação de agentes públicos suspeitos de obstruírem a Operação Zargun, realizada em setembro contra uma organização ligada à cúpula do Comando Vermelho. A primeira fase da Operação Unha e Carne, deflagrada no início de dezembro, prendeu o deputado estadual Rodrigo Bacellar.
Macário estava com um mandado de prisão preventiva em aberto. Além disso, os agentes cumprem mais 10 mandados de busca e apreensão, expedidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF), no Rio e no Espírito Santo.
A ação se insere no contexto da decisão do STF no âmbito do julgamento da ADPF 635/RJ (ADPF das Favelas) que, dentre outras providências, determinou que a Polícia Federal conduzisse investigações sobre a atuação dos principais grupos criminosos violentos em atividade no estado e suas conexões com agentes públicos.
Em nota, o advogado Fernando Augusto Fernandes, que representa o desembargador, destacou que o ministro Alexandre de Moraes, responsável pela expedição do mandado de prisão do cliente, foi induzido ao erro ao determinar a medida extrema.
"A defesa ressalta, ainda, que não foi disponibilizada cópia da decisão que decretou sua prisão, obstando o pleno exercício do contraditório e da ampla defesa. A defesa apresentará os devidos esclarecimentos nos autos e requererá a sua imediata soltura", diz o texto.
Primeira fase e prisão de Bacellar
A primeira fase da Operação Unha e Carne ocorreu no início de dezembro e terminou na prisão do deputado estadual Rodrigo Bacellar. O parlamentar também é alvo de buscas nesta terça.
De acordo com as investigações, o presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Rio (Alerj) é suspeito de ter vazado informações da Operação Zargun, que ocorreu contra uma quadrilha especializada no tráfico internacional de armas e drogas, corrupção de agentes públicos e lavagem de dinheiro.
No pedido de prisão, a PF apresentou provas que apontam uma relação estreita entre Bacellar e TH Joias. Em trocas de mensagens, TH se refere ao deputado como '01' e inclui o telefone dele em uma lista de "comunicação urgente".
No último dia 9, o ministro Alexandre de Moraes, do STF, determinou a soltura de Bacellar. Segundo a decisão, o parlamentar deverá usar tornozeleira eletrônica e se afastar da presidência da Casa Legislativa fluminense.
A determinação de Moraes foi publicada um dia após a Alerj se posicionar favorável à libertação do deputado. Ao todo, 42 parlamentares votaram pela soltura do colega de plenário, enquanto 21 foram contra o relaxamento da prisão.
Prisão de TH Joias
Thiego Raimundo foi preso em setembro, na Barra da Tijuca, Zona Sudoeste, em uma operação conjunta da Polícia Civil, Polícia Federal e do Ministério Público do Rio (MRPJ). De acordo com as investigações, TH Joias utilizava seu mandato como deputado estadual para favorecer o crime organizado, intermediando a compra e venda de drogas, fuzis e equipamentos antidrones destinado a comunidades controladas pelo Comando Vermelho (CV).
Para o MPRJ, TH Joias usou o seu mandato para favorecer a organização criminosa, inclusive nomeando comparsas para cargos na Alerj. Segundo a denúncia, Thiego é acusado de intermediar diretamente o comércio de entorpecentes e de armas, realizando pagamentos a integrantes do CV.
Macário Júdice Neto foi preso por suspeita de vazamento de informações sigilosas
Macário Júdice Neto foi preso por suspeita de vazamento de informações sigilosas Reprodução
Macário Júdice Neto (carregando uma mala) foi preso nesta terça-feira (16)
Macário Júdice Neto (carregando uma mala) foi preso nesta terça-feira (16) Érica Martin / Agência O Dia
Macário Júdice Neto (carregando uma mala) foi preso nesta terça-feira (16)
Macário Júdice Neto (carregando uma mala) foi preso nesta terça-feira (16) Érica Martin / Agência O Dia
Macário Júdice Neto (carregando uma mala) foi preso nesta terça-feira (16)
Macário Júdice Neto (carregando uma mala) foi preso nesta terça-feira (16) Érica Martin / Agência O Dia
Macário Júdice Neto (carregando uma mala) foi preso nesta terça-feira (16)
Macário Júdice Neto (carregando uma mala) foi preso nesta terça-feira (16) Érica Martin / Agência O Dia