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Casa compartilhada

Tendência no mundo, colivings querem ganhar mercado imobiliário carioca

Moradores dividem ambientes comuns em colivings. É o caso da área de convivência de um empreendimento do tipo da MAC Construtora e Incorporadora, em São Paulo -

Tendência mundial, os colivings, residências compartilhadas, buscam espaço no mercado imobiliário brasileiro. A ideia é que o morador tenha o espaço considerado privativo, como o seu quarto com a sua cama, e possa dividir os demais ambientes com outros residentes do prédio. Porém, no Rio, as novas formas de moradia têm esbarrado na legislação urbanística da cidade.

Segundo especialistas, o coliving é uma realidade em São Paulo, com empreendimentos já sendo lançados. A expectativa é que o projeto migre para outras capitais, como o Rio. "O mercado vem se moldando para as novas realidades. No Rio, a questão é um problema porque a lei não permite imóveis compactos", explica Claudio Hermolin, presidente da Ademi-RJ e CEO da Brasil Brokers.

A expectativa é que o futuro do cenário imobiliário na cidade carioca se altere com os projetos de lei do novo Código de Obras e a Lei de Uso e Ocupação do Solo em tramitação na Câmara Municipal. "É super importante, principalmente porque o Rio tem atrativos para esse tipo de empreendimento, já que tem uma grande estrutura de ensino, com universidades que são polos de atração para pessoas de todo Brasil", explica Hermolin.

Segundo Antonio Ricardo Corrêa, advogado especialista em Direito Imobiliário, os contratos dos colivings também incluem a conservação e o cuidado do ambiente em comum e o respeito às leis de licenciamento se for acontecer alguma festa ou exploração comercial no imóvel. "Mesmo que o proprietário autorize, é preciso que a Prefeitura também autorize", observa.

As regras de convivência

Apesar de parecer ser uma prática moderna, o aluguel nos colivings funciona como um tipo de locação normal. "Porém, é importante ressaltar que a locação de quartos não é coliving. O que existe é uma adaptação informal da modalidade", comenta Hermolin.

Nos colivings, há várias regras que devem ser obedecidas similares às de uma locação convencional. Entre elas, o fato de não poder fazer obras sem a autorização do locador ou do proprietário do imóvel. E, se a obra for feita, depois é preciso devolver o imóvel nas mesmas condições anteriores.

Especialistas acreditam que a grande vantagem nesse tipo de moradia é a redução de custos proveniente do compartilhamento entre os moradores, como acontece em todas as opções de economia compartilhada. Em relação às desvantagens, caso os moradores não cumpram as regras estipuladas, é possível prever multas e até mesmo expulsão dos infratores.