México acusa Shein de plagiar desenhos indígenas

Governo mexicano já denunciou anteriormente outras marcas de roupas estrangeiras - como a espanhola Zara e a grife de Carolina Herrera - por casos semelhantes

Governo mexicano quer 'explicações públicas' da Shein sobre uso sem autorização de elementos de desenhos indígenas em 'várias peças'
Governo mexicano quer 'explicações públicas' da Shein sobre uso sem autorização de elementos de desenhos indígenas em 'várias peças' -
O governo do México denunciou, na sexta-feira, 7, que a empresa chinesa Shein, gigante da moda de baixo custo, reproduziu sem autorização elementos de desenhos indígenas "em várias peças".
"Detectamos" na página da Shein "várias peças com elementos distintivos e característicos da cultura e identidade do povo nahua de San Gabriel Chilac, Puebla" (centro), disse a Secretaria de Cultura.
Essa pasta, que tem status de ministério, enviou uma carta de protesto e destacou em sua denúncia, especificamente, a camisa da coleção Emery Rose com "estampa floral".
Para os nahuas, "essas peças não são apenas flores bordadas, mas representam parte de seu entorno biocultural e parte de sua história, e também um saber que foi transmitido de geração em geração e cujo sentido simbólico os representa como povo", diz o comunicado.
Essa etnia não tem "condições de competir no mercado com peças fabricadas de maneira industrial" e "além dos prejuízos econômicos, há danos morais, já que também foram despojados de sua identidade como grupo", assinalou a Secretaria de Cultura.
O México pede à Shein que "explique publicamente com quais fundamentos privatiza uma expressão cultural tradicional de propriedade coletiva, fazendo uso de elementos culturais cuja origem está plenamente documentada".
O governo mexicano já denunciou anteriormente a Shein e outras marcas de roupas estrangeiras - como a espanhola Zara e a grife de Carolina Herrera, estilista venezuelana radicada nos Estados Unidos - por casos semelhantes.