O que deveria ser sinônimo de solução para as escolas de samba virou provocação política entre as administrações municipal e estadual do Rio. Ontem, o prefeito Marcelo Crivella (PRB) disse que aceita negociar a cessão do Sambódromo com o governador Wilson Witzel (PSC). Mas, para isso, quer incluir no acordo a devolução dos hospitais municipalizados. Segundo ele, a saúde é uma pauta "mais importante", e o governador está "mal informado".
"Podemos conversar, sim. Acho que o governador poderia também assumir o Rocha Faria, o Pedro II, o Albert Schweitzer, que são hospitais do estado e que a prefeitura, na época em que o estado estava quebrado, assumiu. Então, agora é possível que o estado, já que pode cuidar do Carnaval, cuide também dessa parte da saúde, que, cá para nós, é mais importante", disse Crivella em uma cerimônia no Palácio da Cidade.
O interesse de Witzel em administrar a Sapucaí foi demonstrado desde o início da festa. Ele ainda acompanhou todos os dias de desfiles do Grupo Especial. "Witzel está mal informado, não é retomar o Sambódromo. Ele vai pedir, porque o Sambódromo pertence ao município. O maior benefício do Carnaval vai para o estado. Tem aí o movimento de alguns bilhões de reais. Onde estão esses recursos? Estão na venda de bebidas. Venda de cerveja não paga IPTU ou ISS, paga ICMS, que é do estado", completou Crivella.