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Aluna no Alemão narra momentos de pânico durante tiroteio na comunidade

Estudante Raíssa Silva, de 19 anos, falou que desespero de alunos e funcionários durou cerca de uma hora, buscando abrigo dos tiros: 'Eu estou até com medo de ir pra escola o restante da semana", disse. 'Eu pensava que ia morrer ali. Foi horrível', descreveu

Estudantes do Colégio Estadual Tim Lopes tiveram que se abrigar no chão durante tiroteio no Complexo do Alemão
Estudantes do Colégio Estadual Tim Lopes tiveram que se abrigar no chão durante tiroteio no Complexo do Alemão -
"Eu pensava que ia morrer ali. Foi horrível", assim descreveu a estudante Raíssa Silva, de 19 anos, os momentos de pânico de alunos e funcionários do Colégio Estadual Tim Lopes, que fica na Estrada do Itararé, no Complexo do Alemão, durante um intenso tiroteio na comunidade na noite desta terça-feira. Ela fazia uma prova quando começaram os tiros e todos tiveram que procurar abrigo, ficando cerca de um hora no corredor até cessarem os disparos. A imagem foi compartilhada pela página Onde Tem Tiroteio (OTT-RJ).

"Eu estava fazendo prova quando ocorreram os primeiros disparos, por volta das 20h. Eles pararam, mas em seguida foi uma rajada, um atrás do outro. Todo mundo foi para o corredor, pois nas salas as janelas são de vidro. Outras pessoas se trancaram no banheiro. Foi um desespero", contou.

A aluna do terceiro ano do ensino médio e moradora do Alemão disse que o diretor da unidade escolar reuniu os estudantes e funcionários, abrigando todos no chão do corredor do segundo andar do colégio. Havia muita gritaria e algumas pessoas passaram mal. Ela conta que a situação nunca tinha acontecido no Tim Lopes, mas disse que passou muitas coisas na sua cabeça, inclusive que poderia morrer.

"Ficamos uma hora naquele desespero. A subida da rampa dá de frente para a Alvorada (localizada do Alemão), então estava com medo que entrassem ali. Eu só pensava que não iria para casa, que ia dormir ali, não tinha como ir embora com aquele tiroteio. Era uma rajada atras da outra. Eu pensava que ia morrer ali dentro. Foi horrível", lembra. A estudante acredita que os tiros começaram na Estrada do Itararé, onde um ônibus foi atingido por disparos, e em seguida continuaram na Alvorada.

Raíssa conta que cerca de uma hora depois, após finalmente cessarem os disparos, o diretor do colégio descem com os alunos para o auditório, onde ainda ficaram durante um tempo e em seguida foram liberados. Entretanto, o trauma permanece por ter que voltar para o colégio. "Eu estou até com medo de ir pra escola o restante da semana", disse.

Em nota, a Secretaria de Estado de Educação (Seeduc) disse que ninguém se feriu e que a direção das unidades escolares tem autonomia para adotar procedimentos específicos para cada caso, inclusive em tiroteios, "de acordo com a realidade local, visando garantir à integridade física de alunos e funcionários". O colégio funciona normalmente nesta quarta-feira.
A Polícia Militar informou que PMs da UPP Adeus que faziam patrulhamento pelas Ruas Arapá e Aquiri foram atacados a tiros por criminosos. Ainda segundo a secretaria, bandidos que também estavam do outro lado da Estrada do Itararé atiraram contra os militares. Houve confronto, mas os traficantes fugiram. A corporação diz que não há registro de feridos ou presos na ação. O caso foi registrado na 21ª DP (Bonsucesso).
Durante o tiroteio, um ônibus que passava pela Estrada do Itararé também foi atingido por disparos. Os disparos atingiram o vidro da frente do veículo e uma janela lateral, mas não há informações sobre feridos. A linha seria a 485 (Pilares-Caxias), da Transporte Fábio's. A reportagem entrou em contato com a empresa e com a Fetranspor, mas ainda não obteve retorno.