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Kaio Guilherme, de 8 anos, é a quarta criança morta por arma de fogo no Rio, em 2021

Kaio Guilherme foi baleado na cabeça, no dia 16 de abril, enquanto participava de uma festa infantil, em Bangu. Depois de uma semana internado, ele não resistiu

Kaio Guilherme foi baleado na última sexta-feira (16) na Vila Aliança, na Zona Oeste do Rio
Kaio Guilherme foi baleado na última sexta-feira (16) na Vila Aliança, na Zona Oeste do Rio -
Rio - O menino Kaio Guilherme da Silva Baraúna, de 8 anos, que morreu na noite de sábado, depois de ficar uma semana internado por ter sido baleado na cabeça entrou para uma triste estatística. De acordo com a ONG Rio de Paz, ele foi a quarta criança morta por arma de fogo esse ano, no Estado do Rio.

Kaio foi vítima de bala perdida no dia 16 de abril, quando estava em uma festinha de criança, na comunidade da Vila Aliança, em Bangu, Zona Oeste do Rio. Segundo a família, não havia nenhum confronto no local, no momento em que o menino foi atingido por uma bala na cabeça.

A Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) investiga o caso para descobrir de onde partiu o disparo que feriu Kaio. De acordo com o acompanhamento da Rio de Paz, na maioria desses casos a polícia não consegue descobrir o responsável pelo tiro.

Diante do cenário de violência, o presidente da ONG Rio de Paz, Antonio Carlos Costa, questiona o governo. "Como arma e munição chegam ao Rio? O que os governos federal e estadual têm feito para que essas pragas não entrem no Rio? Quais são os principais fomentadores da cultura da guerra e do uso de arma de fogo no Brasil?", pergunta.

A ONG acompanha mortes por arma de fogo de crianças e adolescentes no Rio, desde 2007. Segundo eles, com o falecimento de Kaio, já são 82 vítimas no total.

Em 2021, as outras vítimas fatais da violência foram: Alice Pamplona da Silva de Souza, de apenas 5 anos, morta no primeiro minuto do ano, no Morro do Turano, na Região Central da capital; Ana Clara Gomes Machado, também de 5 anos, atingida por um tiro, em fevereiro, durante uma ação policial, em Pendotiba, Niterói; e Ray Pinto de Farias, de 14 anos, na comunidade do Fubá, em Cascadura, na Zona Norte do Rio, também em fevereiro.

"Sempre que um menino ou uma menina morrem de forma tão banal e hedionda pensamos que tudo vai mudar, mas nada muda. Perguntas são feitas sobre essas mortes. Respostas objetivas são dadas, mas as medidas não são implementadas e os crimes continuam. Essas tragédias deixariam de acontecer se armas não chegassem às mãos de criminosos", lamenta Antonio Carlos. 
Kaio Guilherme foi baleado na última sexta-feira (16) na Vila Aliança, na Zona Oeste do Rio Reprodução / Redes Sociais
Kaio Guilherme da Silva Baraúna Reprodução/Arquivo Pessoal