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Câmeras de PMs podem ajudar a esclarecer episódios de violência no Réveillon

Ao menos quatro pessoas foram esfaqueadas, sendo uma delas uma turista colombiana. Policiais usaram equipamento pela primeira vez

Porta-voz da PM, tenente-coronel Ivan Blaz viu primeiro uso de câmeras como positivo
Porta-voz da PM, tenente-coronel Ivan Blaz viu primeiro uso de câmeras como positivo -
Rio - Policiais militares que atuaram no policiamento da festa de Réveillon na Praia de Copacabana, na Zona Sul do Rio, tiveram, pela primeira vez, câmeras operacionais portáteis acopladas aos uniformes. Ao todo, o bairro contou com o policiamento de 2,5 mil militares, que realizaram 350 abordagens, 72 conduções para delegacias, além da prisão de sete pessoas e a apreensão de dois menores. De acordo com o porta-voz da PM, tenente-coronel Ivan Blaz, o uso do equipamento foi positivo e a ferramenta não vai coibir a ação policial.

"A transmissão ao vivo das câmeras foi algo muito positivo. Ela joga o gerenciamento do policiamento para um outro nível, a capacidade do alto comando que ela tem com o uso dessa ferramenta tecnológica é algo muito positivo e também, nesse momento, a gente precisa naturalizar o uso desse equipamento junto a nossa tropa. Nós, enquanto pessoas, não estamos acostumados a ter uma vigilância constante, mas esse equipamento não veio exatamente para coibir a ação policial, ela veio para ajudar a tropa, mostrar a realidade que só o policial vivencia nas ruas e para dar transparência para a população", afirmou o porta-voz.

Entre os presos, estão um homem que estava cometendo assaltos com uma pistola calibre 380; uma mulher, que chegou a fugir, mas foi presa no Aterro do Flamengo, também na Zona Sul; e uma criança de 9 anos, que praticava furtos com uma faca. Já a Polícia Civil informou que, no total, 11 pessoas foram presas em flagrante e dois adolescentes apreendidos em Copacabana, Leblon e Botafogo durante a celebração.

Ainda de acordo com o tenente-coronel, as imagens feitas pelas câmeras nos uniformes e as da rua vão ajudar a esclarecer os episódios de violência que aconteceram na Praia de Copacabana na virada do ano. Entre arrastões e assaltos, pelo menos quatro pessoas foram esfaqueadas no local. Duas das vítimas dos ataques tiveram ferimentos graves e precisaram ser levadas para hospitais da rede Municipal de Saúde, mas já tiveram alta. As outras duas, entre elas uma turista colombiana, foram feridas levemente e liberadas já no posto médico montado na praia.

"Ontem, nós tínhamos um Réveillon extremamente tranquilo ao longo da noite, muitas pessoas aqui presentes na orla de Copacabana, tivemos, também, muitos policiais. Porém, no momento da virada, a gente verificou o ataque de menores aos turistas. (...) Nós produzimos muitas imagens ontem com as câmeras, tanto da rua, quanto dos policiais, as câmeras corporais. As imagens vão seguir para a Polícia Civil, para que possamos ter uma identificação positiva desses marginais", explicou Blaz, que disse ainda que a utilização de menores para cometer assaltos e furtos já é uma prática adotada em grandes eventos.
"A gente pode verificar que o uso de menores para o cometimento desses crimes é uma ferramenta utilizada pela criminalidade. Infelizmente, ela está fazendo parte do nosso tecido social e ficou provado que não é com policiamento que a gente vai resolver essa questão. É uma questão social que a gente precisa resolver com outros órgãos para que possamos discutir claramente a condução de menores que estão sem seus responsáveis e que estão, notadamente, nos grandes eventos para cometimento de crimes."