Rio - A alta cúpula do Terceiro Comando Puro (TCP), liderada por Álvaro Malaquias, o Peixão, idealizador e chefe do tráfico de drogas do Complexo de Israel, iria invadir comunidades da Baixada Fluminense, atualmente dominadas por facções rivais. A informação foi confirmada pelos investigadores da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE), em coletiva de imprensa realizada na tarde desta sexta-feira (19), na Cidade da Polícia, Zona Norte do Rio. Ainda segundo os agentes, os nomes das comunidades não serão divulgados a fim de proteger o andamento das investigações.
Em operação da Polícia Civil, deflagrada nesta sexta-feira (19), 17 criminosos foram presos, sendo que dez deles eram responsáveis pela segurança de Peixão. São eles: Rato, uma das frentes da Cidade Alta; Soldado, Chapoca, BG, Curral, Magal, Pivete - todos considerados soldados na comunidade Parada Geral; Noventinha, integrante do tráfico da comunidade Cinco Bocas; e Stuart, gerente da Cidade Alta.
Os presos, considerados parte da "alta cúpula" do Complexo de Israel, foram localizados após um trabalho de inteligência da DRE e de outras unidades do Departamento-Geral de Polícia Especializada (DGPE), do Departamento-Geral de Polícia da Capital (DGPC), Departamento-Geral de Polícia da Baixada (DGPB), Departamento-Geral de Polícia do Interior (DGPI) e da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core). Ao todo, 15 fuzis, uma metralhadora .30, 1 metralhadora ponto 50, munição, granadas e drogas.
Segundo o diretor de polícia especializada Felipe Cury, ninguém ficou ferido durante a abordagem, pois os criminosos, ao serem localizados, não demonstraram resistência. Policiais também encontraram um esconderijo dos criminosos dentro do Complexo, no interior de um projeto social da comunidade. O local contava com uma porta de concreto que só poderia ser aberta por meio de controle remoto. A tecnologia usada surpreendeu os agentes.
Para o secretário de Estado de Polícia Civil, delegado Fernando Albuquerque, a operação foi uma grande vitória, com resultados importantes para novos desdobramentos. "As investigações continuam a partir de dados da operação de hoje. Essa é a linha do nosso trabalho: inteligência e ação pontual", afirmou Albuquerque.