MPRJ apura impacto no abastecimento de água no Grande Rio provocado por espuma branca

Órgão quer respostas do Inea, Cedae, Comitê das Bacias Hidrográficas do Guandu, Agenersa e Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente em até 72 horas

Espuma desconhecida fechou por 14 horas a estação do Rio Guandu, nesta segunda-feira (28)
Espuma desconhecida fechou por 14 horas a estação do Rio Guandu, nesta segunda-feira (28) -
Rio - O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) oficiou, nesta segunda-feira (28), os órgãos e entidades responsáveis pela preservação e monitoramento do manancial em que está localizado o sistema Guandu, responsável pelo abastecimento de água potável de aproximadamente 13 milhões de pessoas no Grande Rio. O MPRJ quer ter maiores informações sobre a presença de uma espuma branca de origem e composição desconhecida na Estação de Tratamento de Água (ETA) do Guandu,
Por causa da densa espuma, a captação da água bruta pela Cedae foi interrompida preventivamente por 14 horas, nesta segunda-feira (28). A ação visa verificar as medidas concretas a serem adotadas para corrigir problemas identificados no sistema de abastecimento de água que atende grande parte da região metropolitana do Rio de Janeiro e evitar sua recorrência.
Foram oficiados pelo Grupo Temático Temporário voltado para a garantia da Segurança Hídrica (GTT-SH) do MPRJ e pela Promotoria de Nova Iguaçu o Inea, a Cedae, o Comitê das Bacias Hidrográficas do Guandu, a Agenersa e a Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente, para que prestem informações sobre o ocorrido.

"O MPRJ busca apurar se há riscos ao meio ambiente e à saúde da população, se o Plano de Contingência foi acionado adequadamente, qual a origem da 'espuma branca', se foram coletadas amostras e encaminhadas para análise laboratorial, se a população está sendo adequadamente cientificada acerca do problema e seus impactos, o prazo para a normalização do abastecimento, entre outras informações", informou o órgão.

Dada a urgência que o caso demanda, os órgãos e entidades oficiadas têm o prazo de 24 horas para prestarem as devidas informações.
Abastecimento retomado
A Companhia de Águas e Esgotos do Rio (Cedae) retomou, às 19h30 desta segunda-feira (28), a produção de água na Estação de Tratamento de Água (ETA) do Guandu, em Nova Iguaçu, Baixada Fluminense, após 14 horas de paralisação devido a aparição de espumas brancas no manancial de captação da unidade. Apesar da retomada, a normalização completa do sistema de distribuição deve acontecer em até 72 horas.
A Cedae informou que a água com surfactante não foi, em momento algum, distribuída para a população. Assim que foi constatada a presença do composto na água, a captação foi interrompida, e a água que já estava no interior da estação foi descartada.
Impacto
O fechamento da ETA do Guandu impactou oito cidades do estado do Rio, incluindo a capital e sete municípios da Baixada Fluminense. A paralisação ainda impactou o fornecimento de água para 11 milhões de pessoas.
A distribuição de água para os moradores é responsabilidade de três concessionárias: Águas do Rio, Rio+Saneamento e Iguá. Responsável pelo abastecimento em 80% da população nesses locais, a Águas do Rio informou que 6,5 milhões de clientes foram afetados. Já a Rio+Saneamento destacou que 1,6 milhão de clientes foram impactados.
Por conta da interrupção na ETA Guandu, as empresas estão orientando seus clientes comerciais e residenciais a fazer o uso consciente de água. A previsão é que fluxo de fornecimento seja normalizado até quinta-feira (31).