Suspeito de matar jovem na Rocinha passa por exame para verificar vestígios de metais nas mãos

Gabriel de Oliveira Leal, de 22 anos, se apresentou na 11ª DP (Rocinha) com sinais de espancamento. Ele foi liberado após o depoimento

Jenifer Carvalho Paes, 19 anos, foi encontrada morta com um tiro no peito dentro de casa
Jenifer Carvalho Paes, 19 anos, foi encontrada morta com um tiro no peito dentro de casa -
Rio - Gabriel de Oliveira Leal, de 22 anos, investigado pela 11ª DP (Rocinha) no caso da morte de Jenifer Carvalho Paes, de 19 anos, passou por exame residuográfico nesta terça-feira (29). O procedimento vai procurar vestígios de metais, como chumbo e cobre, nas mãos e roupas do investigado. Gabriel se apresentou na delegacia com sinais de espancamento, o que levantou a suspeita de que ele pode ter sido agredido por traficantes da Rocinha após a morte da jovem. 
A Polícia Civil apura se Jenifer foi vítima de feminicídio praticado por Gabriel ou se ela se matou. O corpo dela foi encontrado por familiares, na segunda-feira (28), com um tiro no peito, dentro da casa que ela morava com o namorado há 10 meses. O que se sabe até o momento é que a arma usada na cena do crime pertencia a Gabriel. O armamento foi apreendido e também passou por perícia.
O investigado foi liberado após os procedimentos de terça-feira (29) pois, segundo a delegada Flávia Goes Monteiro, titular da 11ªDP (Rocinha), ainda não está descartado nem feminicídio, nem suicidio. 
Para a família de Jenifer, não há dúvidas que a jovem foi vítima de feminicídio. Segundo a avó de Jenifer, Thania Leandro Paes, Gabriel só se apresentou para prestar esclarecimentos porque foi obrigado pelos traficantes da comunidade. 
Ciúmes na relação
Segundo a avó de Jenifer, o namorado era agressivo e mantinha a neta em cárcere privado há cerca de um mês. "Eu criei ela, todos amavam minha neta. Ela era carinhosa, educada, estudiosa. Já tinha 4 meses que ele a levou, mas só tinha 1 mês que eles estavam morando na Rocinha. Foi aí que ele a deixou em cárcere privado. Ele era doente de ciúme", afirmou.
A avó contou ainda que após o crime, o namorado ligou para mãe de Jenifer. "Ele friamente ligou para minha filha e disse: 'Vem buscar sua filha que está morta'", lamentou.

Thania revelou também que a neta não tinha contato com a família, e que a última vez que falou com o pai foi para pedir dinheiro para se alimentar. "O pai passou um pix para ela. Aí ele quebrou o celular dela, para ela não se comunicar com a família. Até aí ela passou o número do celular do irmão para uma amiguinha dela, por isso nós ficamos sabendo do falecimento", explicou.
O corpo de Jenifer foi enterrado na terça-feira (29), no cemitério de Inhaúma, na Zona Norte.