Maus press�gios

Lula n�o vai ser preso, e a fila de criminosos que tamb�m estar�o livres depois dele, tender� a acabar com a Lava Jato, em que o povo tanto acreditou, e apoiou

Por Roberto Muylaert Jornalista e escritor

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Quem tem o poder no Brasil n�o costuma lembrar que o objetivo final de qualquer pessoa a ocupar um cargo p�blico � pensar no melhor para o pa�s, e, em consequ�ncia, para a popula��o.

Isso n�o acontece no Poder Executivo, onde o objetivo da quadrilha que ali est� � garantir os votos do Legislativo para livrar-se das a��es Judiciais que afloram no Pal�cio do Planalto.

O Legislativo, por sua vez, � um antro de pessoas mal-intencionadas, com exce��es, que se valem de todo o poder que t�m para enriquecer, e legitimar todo tipo de falcatrua, mancomunados com o Executivo, que tem a caneta para liberar as polpudas verbas que s�o arrancadas dos contribuintes, n�s.

E agora tamb�m o Judici�rio disse a que veio, a julgar pelo triste espet�culo de quinta-feira, que culminou com o compromisso particular do ministro Marco Aur�lio de Mello, com passagem a�rea marcada para o hor�rio em que deveria terminar a sess�o, segundo seus c�lculos.

Os feriados da Semana Santa, para os membros do Judici�rio, come�am na sexta-feira anterior � da Paix�o, assim, n�o seria poss�vel votar mais nada na pr�pria sexta, nem na segunda, j� que por ali n�o se trabalha nesses dias.

Compare esse procedimento com o de um funcion�rio de qualquer empresa privada, que precisasse completar um servi�o iniciado na quinta, e ele trabalharia sexta e at� s�bado, para cumprir com sua obriga��o. No Supremo n�o, joga-se pra frente, na maior cara-de-pau. Tudo pela televis�o, que emula as vaidades, e desvela as iniquidades.

Assim, o Judici�rio � o terceiro poder que est� se lixando para suas obriga��es, em benef�cio de viagens particulares de suas excel�ncias.

A quinta-feira foi toda consumida pela an�lise da concess�o ou n�o do habeas corpus, sem chegar ao m�rito da quest�o.

Toda a lenga-lenga proferida naquele dia, com demonstra��es de saber jur�dico em linguagem gong�rica e anacr�nica, pegou os espectadores desprevenidos, e eles desistiram de entender de que se tratava aquela prosopopeia infind�vel.

Como n�o havia disposi��o de decidir afinal sobre o habeas corpus de Lula, foi todo mundo curtir o feriado.

Ficam os maus press�gios: Lula n�o vai ser preso, e a fila de criminosos que tamb�m estar�o livres depois dele, tender� a acabar com a Lava Jato, em que o povo tanto acreditou, e apoiou.

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Roberto Muylaert, colunista do DIA Divulga��o

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