Seguran�a: ontem e hoje

Temos � de nos concentrar em defender os vivos que correm riscos nas ruas, escolas e lares. Temos de crescer, empregar e construir muito, para n�o termos um colapso na energia e na mobilidade de pessoas e cargas

Por Arist�teles Drummond Jornalista

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O envolvimento da pol�tica e da ideologia em quest�es de seguran�a e conflitos de rua provoca imensas distor��es. E a v�tima � quase sempre a verdade.

O Brasil volta a discutir fatos relacionados aos movimentos armados para a derrubada dos governos de 64 a 85 - embora tiv�ssemos o Congresso funcionando em relativa normalidade, a imprensa com certa liberdade e assegurados direitos fundamentais, como o de ir e vir. Ou seja, bem longe do que se passava em outros pa�ses de regimes fortes, como Cuba, modelo ideal daqueles que militavam aqui nos movimentos. Ali�s, muitos, depois, se refugiaram na Ilha de Fidel. Claro que, numa guerra em que se entra armado, tudo pode acontecer, tanto de um lado como de outro. Infelizmente, nestes casos, prevalece a lei da selva.

Tivemos uma anistia ampla geral e irrestrita. Os chamados crimes de sangue, sequestros etc... foram anistiados reciprocamente. Ponto final. Tudo se passou h� mais de 40 anos.

N�o teria sentido, por exemplo, o governo americano querer ouvir ou levar � Justi�a brasileira os autores da execu��o do seu militar, capit�o Chandler, fato ocorrido na porta de sua casa, no bairro Pinheiros, na frente de dois filhos menores e da mulher. Ou o governo alem�o tomar satisfa��es com o perd�o que demos aos assassinos de um militar seu, morto por engano, pois achavam que era um boliviano envolvido na morte de Che Guevara. S�o fatos mais do que conhecidos.

Agora, um agente americano escreve uma fantasiosa conversa entre chefes militares brasileiros, inclusive dois presidentes da Rep�blica, e alguns setores da sociedade aceitam como sendo a mais pura verdade. Ora, o agente estava presente? Falava portugu�s? N�o denunciou � ONU ou � oposi��o brasileira, representada no Congresso? E ainda tem outro "informe" da CIA que faz insinua��es ao Presidente M�dici que n�o cassou nem pressionou o Congresso, apenas nos fez crescer a taxas somente igualadas depois pela China.

Vivemos outros tempos, outra realidade e enfrentamos problemas muito mais s�rios, ligados ao emprego, ao crescimento econ�mico, � melhoria dos servi�os de sa�de, educa��o e seguran�a p�blica. Portanto, n�o devemos ruminar ressentimentos do passado, que ensejaram sofrimentos a muita gente, em diversos segmentos da popula��o, inclusive inocentes indiferentes � pol�tica, como banc�rios e agentes privados , dando curso a documentos estrangeiros.

Temos � de nos concentrar em defender os vivos que correm riscos nas ruas, escolas e lares. Temos de crescer, empregar e construir muito, para n�o termos um colapso na energia e na mobilidade de pessoas e cargas.

Nesse tipo de embate, aqui e em todo lugar, ningu�m tem raz�o. Ent�o, vamos respeitar a anistia e olhar para a frente.

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Arist�teles Drummond, colunista do DIA Divulga��o

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