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Alerj quer psicólogos nas escolas estaduais

Comissão de educação faz audiência para garantir profissionais na rede básica

Comissão de Educação da Alerj se reuniu nesta quinta (11/08).
Comissão de Educação da Alerj se reuniu nesta quinta (11/08). -
Rio - A Comissão de Educação da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) irá encaminhar à Secretaria Estadual de Educação (Seeduc) um estudo para contratação imediata de psicólogos na rede estadual de Educação Básica. Além destes profissionais, os deputados solicitam, também, o preenchimento de todos os cargos de coordenação pedagógica e de orientação educacional. 
As medidas foram deliberadas em reunião realizada em audiência pública nesta quinta-feira (11/08) que debatia políticas públicas voltadas à saúde mental dos estudantes do estado.
Segundo o presidente da comissão, deputado Flávio Serafini (PSOL), as escolas tem importância na promoção das políticas públicas. “A escola não é só um repositório de conteúdo, é um espaço de convivência. Não temos a expectativa de que as escolas resolvam todos os problemas da sociedade, mas sendo um local onde se permanece por bastante tempo, é o lugar para trabalhar outras políticas públicas de forma intersetorial. Temos que garantir ações próprias que ajudem no enfrentamento de questões que dificultam que a escola realize sua função precípua", disse.
Setores da sociedade civil participaram do debate, como o estudante Guilherme Jordão, que representava o Fórum dos Grêmios Escolares do Rio de Janeiro. O jovem ressaltou a importância dos profissionais especializados em saúde mental. “Por muitos relatos existe um enorme déficit de psicólogos e assistentes sociais nas escolas. Como encaminhar ao CAPSi (Centro de Atenção Psicossocial Infantojuvenil) sem psicólogos para acompanhar? Precisamos de concurso público com urgência. Nos sentimos abandonados por não termos uma figura de escuta”, afirmou.
A Coordenadora de Gestão Intersetorial e Frequência Escolar da Seeduc, Bruna Gomes, citou ações da secretaria para a promoção da saúde mental, e afirmou que o órgão já registrou, neste ano, 83 casos de lesões autoprovocadas e 19 casos envolvendo transtornos mentais ou uso abusivo de álcool e outras drogas. “Estamos fomentando ações de caráter preventivo e de assessoramento a equipes gestoras e técnico pedagógicas sobre como intervir. Temos 1.140 assistentes sociais trabalhando em nossa rede. Criamos um guia para enfrentar o bullying e o cyberbullying. Precisamos instrumentalizar as escolas para que saibam lidar com estas situações".
A assistente Social Ana Paula de Oliveira, responsável pela Divisão de Inclusão da Faetec, relatou dificuldades estruturais no atendimento aos alunos da rede. “Temos somente três assistentes sociais e uma psicóloga, que está de licença-maternidade, para atuar em toda a rede Faetec. Hoje, existem 13 alunos na Divisão de Inclusão em acompanhamento de saúde mental. Há uma dificuldade de acesso à rede de saúde mental e as famílias relatam filas de espera e problemas no atendimento. Por isso, monitoramos e encaminhamos também para o terceiro setor, por meio de ONGs ou atendimentos a preços populares”, declarou.
 

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