A FAVELA VENCEU

Uma infância com muita dificuldade, muitas vezes sem ter o que comer e sem ganhar roupas novas como as outras crianças. Essa era a realidade da costureira Maria Cordeiro, de 50 anos, que fez com que ela sonhasse com a profissão e lutasse por seus ideais. Criada na Baixa do Sapateiro, na Maré, ela hoje tem seu próprio ateliê e inaugura a primeira loja no mês que vem.

"Quando eu era criança, meus pais não tinham condições de comprar roupas para mim. Eu ganhava uma vez por ano, isso quando minha madrinha me dava. Ouvi muitas zoações de outras crianças, inclusive primos, porque não tinha roupa nova. Então, cresci com o desejo de me tornar costureira e nunca mais precisar passar por isso. Aos 14 anos, arrumei meu primeiro emprego numa confecção e, aos 18, me tornei costureira profissional", lembra.

Maria viu sua vida mudar quando teve o terceiro filho, pois precisou largar o emprego de carteira assinada e começou a pegar encomendas de empresas pra fazer em casa. Quando seu filho Wesley Cordeiro completou 18, ela começou a ensinar a função para ele. Hoje, aos 28, é ele quem desenha os modelos, corta as peças e a ajuda em tudo.

A grife Maria Codeiro Ateliê surgiu em 2010, mas aos poucos. "Fomos pegando encomendas, por foto, presencialmente. Hoje, vendemos roupas que as meninas usam para festas, bailes, temos roupas de madrinha, debutantes, noivas", conta Maria, que comemora a abertura de sua primeira loja, no dia 10 de outubro, na Rua do Canal 2, número 539, na Vila do João.

Sem pensar muito, a costureira define seu sentimento ao ver seu trabalho dando frutos: "Me sinto muito realizada com tudo isso. Ser zoada por não ter roupa e depois por ser costureira me deu forçar para continuar. Ao invés de ficar revoltada por tudo que passei, tirei forçar para vencer."

Para saber mais sobre a empresa, basta seguir o perfil no Instagram @mariacordeiroatelie.