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Visibilidade para a mulher da periferia

Da Maré, Sandra Lima retrata luta feminina nas comunidades por transformação social

Sandra Lima
Sandra Lima -

A participação da mulher em funções de liderança no mercado audiovisual do Brasil, como direção e direção de fotografia, sempre foi de desigualdade, cerca de 12%. O que é difícil para a mulher, para mim nascida em berço de extrema miséria torna-se até pior. Hoje, aos 50 anos, competir com profissionais homens (maioria) ou mulheres jovens com base familiar e apoio financeiro é complicado.

Meu primeiro documentário A Mulher Guerreira, de 2006, conta a trajetória de mulheres da Favela de Rio das Pedras, na Zona Oeste, que superaram diversos dramas como o HIV, o abandono, a fome e a violência doméstica. Em 2017, produzi e dirigi o documentário Lugar de Mulher, que tem como protagonistas mulheres de diversas favelas, como Maré, Morro do Pinto, Cidade de Deus e Vila Aliança.

Essas mulheres narram no documentário o preconceito vivido, as dificuldades para frequentar a Universidade, a fome, o abandono, o lar desestruturado, os enfrentamentos, as conquistas e as vitórias. As protagonistas do filme são Dona Tuca CDD, Valéria Barbosa, Carol Dall Farra, Adriana Kairos, Elaine Marcelina e Ana Ribeiro.

Em 2020, a obra participou da Mostra Internacional Inffinito Mulheres do audiovisual. Em 2021, foi selecionada para a mostra especial em homenagem ao Dia da Mulher pela Secretaria de Cultura do Estado do Rio de Janeiro. Sigo acreditando que é preciso contar histórias de superação, formando, assim, opiniões e discutindo temas importantes sobre o universo feminino.

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