Mais Lidas

Negro Muro mantêm viva a memória do povo negro

Iniciativa já pintou 18 murais e venceu na categoria cultura o Prêmio Benfeitoria

Pedro Rajão (E) e Cazé fazem resgate histórico por meio do graffiti
Pedro Rajão (E) e Cazé fazem resgate histórico por meio do graffiti -
A maioria das ruas no Rio de Janeiro tem o nome de militares, políticos, aristocratas e até mesmo genocidas. Em muitos dos casos, as personalidades homenageadas nunca tiveram relação com o local. Motivado a mudar este cenário, o projeto Negro Muro atua para aumentar a representação de pessoas negras nos muros da região metropolitana do Rio.

Por meio do graffiti, o artista Cazé e o produtor cultural Pedro Rajão fazem o resgate histórico e mantêm viva a memória social de personalidades negras dos próprios territórios. Apesar do primeiro mural ter sido realizado em 2011, foram necessários mais sete anos para que a identidade do projeto Negro Muro fosse estabelecida.

A iniciativa já pintou 18 murais e os mais recentes foram: Elza Soares (Água Santa), Cruz e Sousa (Encantado) e Luís Gama (Centro). Com esse histórico, o Negro Muro venceu na categoria cultura o Prêmio Benfeitoria, uma plataforma de financiamento coletivo para projetos de impacto cultural, social, econômico e ambiental.

“Existe uma pesquisa profunda do local, do personagem e o contato com a família. Além disso, os símbolos que serão representados na arte estimulam a autoestima da população ao entorno. Estamos num momento de esculhambação da nossa memória e o Negro Muro é um projeto de política pública e memória, colocando o dedo na ferida de uma cidade com histórico aristocrático e decolonial”, explica Rajão.

O próximo mural do Negro Muro homenageará o goleiro e ídolo vascaíno Barbosa no Estádio de São Januário. Para mais informações sobre como ajudar, acesse a página www.bemfeitoria.com/barbosa100.
Por Felipe Migliani, jornalista e colaborador do PerifaConnection

Comentários