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"Potencializou minha arte"

Rod, vocalista do 3030, ressalta como sua vivência nas comunidades deu força e inspiração na construção de suas rimas e versos no rap

Rod, 3030
Rod, 3030 -
'Senti necessidade de escrever, de me expressar através do rap", é desta forma que Rod, vocalista do 3030, define o impacto de sua vivência do Morro do Vidigal, comunidade da Zona Sul do Rio, onde passou por um dos períodos mais transformadores de sua vida. Combustível que ele usa em versos e rimas como reflexão, com a perspectiva de quem busca por um mundo melhor. Tanto mergulha em sua própria história para lançar o terceiro projeto paralelo ao grupo, numa pegada autobiográfica, na mixtape "Coisas Que Realmente Importam". E, para dar início ao trabalho, ele vem com "Quem Eu Sou", com participação de MV Bil.
"A mensagem desse projeto está no nome. São as coisas que realmente importam, que são prioridade para mim: minha família, minha música", diz ele, que buscou referências no rap dos 2000, que ganhou fôlego com R&B. "É sobre minhas inspirações, para as pessoas entenderem melhor o porque eu faço arte", conta ele, que atravessou fronteiras, e esta prestes a colaborar com o rapper The Gamer. Tudo isso, graças a uma homenagem do carioca ao artista norte-americano na capa do single. "Acabei tendo essa surpresa, que foi incrível. É meu rapper preferido. Estou ansioso, porque é um sonho poder lançar essa musica com ele, justamente num trabalho que faz homenagem as minhas referencia", reflete. 
Além de construir um olhar ainda mais critico com sua passagem pelo Vidigal, Rod também morou próximo ao Morro do Prazeres, em Santa teresa, trazendo para o artista uma perspectiva diferente entre morro e asfalto. "Essa vivencia me agregou muito, principalmente por serrem dois morros diferentes entre si. Foi uma transformação na minha vida, um momento difícil, mas que acabou sendo uma transformação positiva,
que fez ser a pessoa que sou hoje e chegar onde cheguei. Foi uma das melhores épocas da minha vida e impactou muto na minha arte. Esse é papel do rap: tentar transformar essas dificuldade e obstáculos numa parada positiva e de autoestima. Potencializou minha arte", define.
Afinal, uma das maiores premissas do rap, que tem encontrado grandes expoentes em solo carioca, é cutucar a ferida para, quem sabe, trazer luz a problemas que persistem em aparecer. "Morar no morro me moldou para um caminho mais consciente, me deu noção da importância do rap como ferramenta social, como você influenciar a vida na favela de forma positiva, trazendo autoestima, entretenimento e anteconhecimento em forma de musica", diz Rod, que avalia o melhot das comunidades. "O que poderia tornar a vida melhor vem de fora, que são nosso governantes que nunca estiveram presente. Porque o maior riqueza da favela é a favela", diz.

Ah, tem novidade do 3030 também!

E se hoje a cena rap segue super aquecida no Brasil, isso se deve, em boa parte, ao trabalho do 3030. Há 13 anos na estrada, o grupo está reunido na Bahia para compor um novo álbum, sucessor do  Infinito Interno, que ganhou disco de ouro. "Com o tempo de estrada que a gente tem, é a maior felicidade ver como o rap está hoje. Era uma utopia pra gente no início ter uma cena aquecida. É muito gratificante ver isso acontecer e saber que também somos parte dessa história", frisa Rod.

Rod, 3030 Rafael Tenenbaum / Divulgação
Rod, 3030 Rafael Tenenbaum / Divulgação
Rod, 3030 Rafael Tenenbaum / Divulgação

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