Ancestralidade e meio ambiente

No Morro do Salgueiro, Zona Norte do Rio, moradores estão gerando sustentabilidade por meio do Grupo Erveiras e Erveiros do Salgueiro. A iniciativa surgiu em 2019, com o objetivo de preservar a memória das matriarcas negras, reviver os conhecimentos das ervas e aumentar a renda com as plantas existentes na flora salgueirense. A partir dessas observações, os erveiros começaram a inserir a juventude nas suas atividades, como oficinas e rodas de conversa sobre educação ambiental. Antes da pandemia, os encontros ocorriam na tradicional padaria Caliel. A comunicação, por enquanto, tem sido virtual, mas o grupo está firme e tem o propósito de catalogar as ervas espalhadas pela favela.

Tânia Cristina, participante do grupo, opina frente às ameaças ambientais. “As pessoas cobram por plantas e vegetais que deveriam ser de graça e ainda tripudiam em cima das pessoas. Estamos destruindo o meio ambiente que devíamos deixar para as outras gerações. [A pandemia é] uma forma da natureza reclamar da nossa falta de atenção com ela”, diz. O recorte de gênero e a ancestralidade latente são marcas centrais no trabalho das mulheres negras da Salgueiro. Os próximos passos da equipe são levar as técnicas sobre cultivo, colheita, produzir um herbário e voltar com reuniões presenciais. Saiba mais em Erveiras e Erveiros do Salgueiro.

Beatriz Carvalho, jornalista e colaboradora do PerifaConnection