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MD Chefe promete novo projeto e manda recado pra marcas de luxo: ‘Vão ser consumidos pelos favelados na marra’

Defendendo o luxo para os favelados, cantor tem forte relação com os morros do Turano e do Fallet-Fogueteiro

MD Chefe é o dono dos hits "Rei Lacoste" e "Tiffany"
MD Chefe é o dono dos hits "Rei Lacoste" e "Tiffany" -
Com uma voz única e um "estilo tchutchuco" inigualável, MD Chefe virou febre em todo o Brasil com os hits Rei Lacoste e Tiffany. Mesmo fazendo sucesso, o artista jamais se afastou de sua origem, sendo respeitado nas favelas. Isso, porque mesmo cantando sobre luxo, ele continua vivendo nos lugares onde cresceu. Nascido no Turano, o trapper possui, também, uma forte relação com o Morro Fallet-Fogueteiro, no Rio Comprido, onde mora até hoje.

"Sou cria do Complexo do Turano, onde eu nasci. Mas também morei muitos anos aqui no Fogueteiro. Então, sempre fui cria das duas áreas, que é o nosso reduto no Rio Comprido. Morei muitos anos aqui também. Tenho casa lá no Turano e aqui no Fogueteiro. Sempre transitei entre os dois morros, até na infância", contou ele, que resolveu fundar sua própria gravadora, a Offlei Sounds, com sede no Fallet-Fogueteiro, empresa que conta com a participação do rapper DomLaike.

Por sempre ter vivido em favela, MD conta que enfrentou algumas dificuldades comuns para quem mora em comunidade. Contudo, o cantor reforça que os aprendizados foram essenciais para que ele se tornasse o artista que é hoje.

"Enfrentei dificuldades padrões de quem mora no morro, e também dificuldades próprias, porque cada um tem as suas. Entretanto, acredito que na verdade foi bem melhor pra mim. Em quesito de maturidade e amadurecer em tão pouco tempo. De aprender coisas que para o que eu exerço hoje, eu deveria ter aprendido. Preferiria mil vezes ter passado pelo que passei, pra isso poder me trazer o que eu precisava", contou ele, listando alguns desses problemas "padrões".

"Sistema com polícias, guerras. Brigas entre facções rivais, nas quais a gente acaba sofrendo as consequências. E as minhas batalhas pessoais em meio a isso tudo. E não se render ao crime em si. Problemas familiares que eu não falo, por mais que perguntem. E problemas que naturalmente eu tive que enfrentar sozinho, tá ligado? Eu amadureci e virei homem muito novo. Aproveitei minha infância e adolescência , mas elas foram curtas. Acabei virando homem muito rápido."
MD Chefe é nascido no Morro do Turano - Divulgação / Ygor Freitas
Sobre ter que amadurecer tão cedo, MD Chefe conta que as responsabilidades tiveram um impacto direto nisso.

"Eu sempre me prontifiquei a fazer coisas que ninguém mais tava disposto a fazer. Então é uma questão de sacrifício. Pela família também. É um sacrifício necessário, que se eu não ocupar essa posição, ninguém vai", explica ele, que apesar de não dar muitos detalhes de sua vida pessoal, destacou a importância do apoio familiar.

"Minha família me apoia. São meus maiores apoiadores. Meu maior tesouro na Terra. Eles me apoiam e sabem mais da minha agenda do que eu. Mas também no começo eu fui bem singelo com meus pais, eles são casados até hoje. Falei: 'Olha, eu quero fazer isso e eu sou brabo fazendo. Me acompanha aqui pra vocês verem que eu sou brabo.' Eles viram que eu era brabo e não tinha motivo nenhum pra não me apoiar."

MD Chefe também conta que sua vivência na favela influenciou diretamente o seu modo único de se expressar, trazendo uma característica muito importante para o seu sucesso.

"Simplicidade. Quando eu digo simplicidade é mais puxado pra naturalidade das coisas. O simples é natural, é mais objetivo e direto. Até com as palavras. Quanto mais simples, mais fácil de tocar outra pessoa. É essa parada que eu procuro. Tanto no meu estilo de vida, que por mais que seja exuberante, é simples. A espontaneidade que se encontra nos morros é uma parada que você não encontra em mais nenhum lugar. O ser espontâneo."

Mesmo com todo o sucesso, mudar do Fallet-Fogueteiro não está nos planos de MD, que inclusive, comprou um novo apartamento no morro. O cantor explicou o motivo de não querer sair de lá.

“Porque eu tenho o objetivo de mostrar pra favela que nós tá aí. Pra nego ver de verdade. Não é só chegar numa entrevista lá do outro lado do mundo e falar: 'Pô, sou do morro.' Quando eu e DomLaike tivemos essa ideia, nunca pensamos em sair do morro, só aumentou nossa vontade de ficar. Vou usar um exemplo direto. Às vezes o menino chega pra mãe e fala que quer ser jogador. Por proteção, ela desmerece sem querer o sonho da criança, porque ela não vê um jogador ou artista perto dela. É longe da realidade que eles vivem. Então o objetivo é provar que nós estamos aqui. E quem mora no morro não quer sair do morro, o bagulho é o maior lazer."

Como muitos outros trappers e rappers, MD Chefe deu seus primeiros passos na música nas batalhas de rima.

"A música sempre esteve presente na minha vida. E o artista não se vira, se nasce. Então eu sempre comecei a rimar, a batalhar, a correr ferozmente atrás da música lá pros meus 13, 14 anos. Desde lá, venho trabalhando nisso. Mas eu sempre tive muito samba e pagode presente por causa da minha família. E com 13 anos, era época de skate, que eu já competia, aí eu conheci o rap. Época de Cone Crew e tudo mais", lembra ele, que pra não fazer mais do mesmo, decidiu estudar.

"Comecei a estudar mais música internacional. Vi que eu era bom mesmo. Sempre fui meio abusadão, broncudão. Quando eu vou fazer uma parada, gosto de ser brabo. Falei: 'Acho que sou brabo nessa parada e é isso.' Então eu fui conhecendo. Não que eu seja focado muito em ver a cena em si. Mas quando você entra, não pode ser leigo nas coisas. Então eu fui conhecendo, aprendendo e aplicando. Participei de batalhas. Já ganhei muito. Comecei com uns 13 e fiquei até 16,17 anos. Foi um aprendizado. Como eu disse, ganhei muitas e perdi poucas."
MD Chefe também tem forte relação com o Morro Fallet-Fogueteiro, onde mora até hoje - Divulgação / Steff Lima
O que nem todo mundo sabe, é que antes de se tornar MD Chefe, o cantor tinha um outro "vulgo". Justamente na época das batalhas de rima, ele era conhecido como Madruguinha.

"Tem um pouco desse vulgo presente no meu atual. Sempre fui baixinho. E mais jovem, a voz ainda não era grossa, na adolescência. Mas é Madruguinha porque na minha primeira batalha, que por coincidência eu rimei porque outro MC faltou, eu tava com um chapéu tipo do Seu Madruga. Aí sabe como vagabundo é, né? Gosta de falar que parece. Aí me falaram pra batalhar. Nego viu que eu não tinha vulgo, era baixinho, novinho e com chapéu do Seu Madruga, falaram que eu era o Madruguinha. Aí pegou. Ganhei a primeira batalha e o cara me anunciou lá no microfone, como se fosse meu vulgo mesmo", diz ele, explicando como surgiu seu nome artístico atual.

"O MD vem de Madruguinha, abreviação. E Chefe é a minha posição mesmo. Veio quando eu já tinha mais maturidade, já estava a par da empresa. Construindo a gravadora Offlei Sounds. Tendo uma posição de liderança no grupo", conta ele, que sonhava em criar a Offlei Sounds desde que tinha 14 anos.

“Antes de começar na música eu pensava em ter algo grande. Sempre estipulei coisas grandes na minha vida. Aqui no bairro eu sempre percebi o que faltava. E quando eu comecei na música, pensei: "Tem que ter um bagulho grande e de verdade aqui." E em 2019 que a Offlei tava mais física, tinha um estúdio no Turano. E eu conheci o pessoal da Fire Gang, o Bin, a rapaziada toda já frequentou e gravou por lá. E esse estúdio foi uma forma mais física, porque nessa época a gente andava muito em bonde. A Offlei sempre existiu em bonde."

Sobre a decisão de criar o próprio selo, MD cita dois motivos.

"Porque aqui as coisas não são feitas da maneira certa. E a gente veio justamente pra consertar isso. A cena e o mercado como um todo não acontecem da maneira certa. E a gente veio corrigir essa parada e mostrar na prática. E porque eu sou broncudão, não vou trabalhar pra ninguém aceitando o bagulho errado", explica ele, que relatou que todos os funcionários da empresa são de comunidade.

"Uns a gente já tirou do crime, outros são tranquilão e por aí vai."

Conhecido por retratar em suas letras um estilo de vida que destaca a elegância e sofisticação, MD Chefe explica que sua mensagem vai muito além de falar sobre o que é "chique e confortável", ressaltando o empoderamento por trás de suas letras, já que essa realidade costuma excluir quem veio da favela como ele.

"Eu acho que vagabundo ainda não entendeu que eu não falo da minha vaidade, mas eu brinco com a vaidade alheia. Quem é vaidoso sobre as minhas músicas não sou eu, são as pessoas que enxergam dessa forma. Vou ser sincero, prefiro falar estilo de vida porque lifestyle nem todo mundo vai entender. Mas o estilo de vida eu digo que é exuberante de um homem simples. Eu sou um homem simples, porém exuberante. Então o fato de eu falar é uma forma não só de empoderar, mas também de fincar. E como dizem: "o favelado também pode". Então é pra fincar essa parada. Nós trabalhamos pra isso. Qual é o problema que tem de gastar o dinheiro? Porque quando quem é rico gasta ninguém se incomoda. Agora quando gastamos, por que nego vai se incomodar? Se ligou?", disse ele, citando um exemplo comum em outro gênero musical

"É mais porque a rapaziada se ofende quando me vê falando de marca. Incomoda muito. Pessoal do sertanejo sempre falava de Camaro, comprava grandes mansões. Ninguém fala nada. Agora conosco o pessoal se incomoda e fala que estamos sendo vaidosos. A vaidade não tá em nós, tá neles. E muitas músicas que eu falo sobre marcas, dentro delas eu sempre dou uma mensagem, um papo reto. Mas a pessoa quer se atentar ao perfume e ao cordão. Quem é vaidoso não sou eu. Ele tá querendo ouvir só isso. Quem quer entender, entende. Quem não quer, finge que não entende."
MD Chefe é conhecido pelo seu estilo exuberante e luxuoso - Divulgação / Steff Lima
Sobre as joias, perfumes e roupas de marca citadas em suas letras, MD aponta algumas diferenças no trap em relação ao Funk Ostentação, movimento que ficou famoso há alguns anos, principalmente em São Paulo.

"De todos os gêneros, o trap é o que tá mais pondo negros na posição que eles sempre ocuparam na música. Tá mostrando mais que a parada é nossa, porque realmente é. O trap tá trazendo um retorno constante, uma estrutura e um profissionalismo pro mercado, que nunca houve na história da música brasileira. Tá trazendo ousadia. Tá fazendo nós sermos vistos por outros países. Tá trazendo visibilidade pro Brasil, que nenhum outro gênero trouxe. Na verdade até trouxeram, mas nego olhava como mascote: "que legal, brasileiro fazendo isso".

Já sobre as razões por trás do crescimento tão rápido do trap, MD lista.

"O momento de escassez, de repetição, e a ousadia. Tudo se encaixou. E o trap é algo muito novo e gostoso. Tá ocupando o novo funk, que tá se esvaindo um pouco. Muita gente está migrando porque todo mundo quer comer um pedaço do bolo. Mas o funk não teve tanta consistência. É tudo muito rápido. O trap tá tendo um pouco mais consistência, mas ainda assim é tudo muito rápido.

O trap, que surgiu como um subgênero do rap, está cada vez mais na moda, e a todo momento surge algum novo nome na cena. Para MD Chefe, as razões são simples. Contudo, o artista acredita que esse movimento pode virar algo ainda maior.

"Dinheiro, status e porque é novo. É porque nego tá achando ainda que é uma onda que vai passar. Mas cada vez mais tá se enraizando nacionalmente. Tá tomando a forma e virando o "trap brasileiro". Artistas como DomLaike, TZ da Coronel, Oruam, tão trazendo o que sempre teve nas favelas. Trazendo a parada real. Porque a gente fala do nosso estilo de vida e as pessoas gostam do que tão ouvindo. Acham maneiro viver o que a gente tá vivendo, mas não sabem da responsa. Mas a gente fala de uma forma gostosa de se dizer. Então essa galera que eu citei e outros tão trazendo e enraizando o próprio gênero do trap, a atitude. Vai ser o trap brasileiro. Vai ser uma parada que os caras lá de fora vão ver e vão falar. É o trap brasileiro. Esse trap aí é do Brasil. E as marcas tão vendo isso, os números tão dizendo isso, as gravadoras tão vendo isso, então tudo tá se encaminhando pra isso."

Um dos maiores sucessos de MD Chefe, a música Tiffany virou febre no TikTok. Apesar de admitir a importância das redes sociais para os artistas, ele diz que tenta se blindar das diversas coisas ruins que também estão na Internet.

"Musicalmente e profissionalmente são muito boas. Mas tem o lado ruim delas. Eu vejo muito conflito, aquela parada tóxica. É uma faca de dois gumes. Às vezes a pessoa até gosta de tu, mas fala mal porque dá mais like. Mas eu sou do tipo que minha vida pessoal é totalmente reservada. Minha imagem também é bastante firme, então as pessoas procuram não desrespeitar. Eu administro direitinho, então é fé."

Tiffany também ficou conhecida pelo passinho que MD Chefe faz, que foi repetido por diversos famosos, como Gabigol e Vinícius Jr.

"Gabigol a gente já trocou uma ideia. Ele é muito fã de rap, então volta e meia a gente se encontra. Moleque maneiro. Encontrei com ele umas três vezes e a gente trocou uma breve ideia. Vinícius Jr. mora lá fora, mas eu achei maneiro. Tocando lá fora. Tem que tocar mesmo. Tchutchuco em vários lugares", disse ele, explicando que o passinho já existia há algum tempo, mas que só veio a vitalizar depois.

"É um passinho que a gente sempre fez. A gente fazia no baile, tá ligado? Já existia, a gente já tinha feito no clipe. O passinho estourou porque numa noite que a gente fez 5 shows, a gente fez o passinho, aí nego filmou e começou a reparar que a gente sempre fazia isso no show nessa parte da música. Aí viralizou e nego reparou que tinha no clipe e foi aquela febre toda."

Se antigamente algumas marcas excluíam os favelados, MD Chefe tá aí pra mudar esse paradigma. Acostumado a usar roupas da Lacoste, famosa marca francesa, o cantor chegou a ser um dos rostos de uma campanha da grife. Contudo, isso só aconteceu depois de muita pressão do público. Para o cantor, mesmo que as empresas não tentem ser mais inclusivas, essa realidade vai mudar de um jeito ou de outro.

"Acho que eles não tem o que fazer não, porque quem tá consumindo somos nós. Vagabundo tá trabalhando pra caramba pra comprar uma roupinha de 800 reais. Então eles não têm o que fazer, senão aqui no Brasil eles não vão se criar, porque quem tá consumindo somos nós. A Lacoste tinha errado. Ela veio desinformada. A primeira campanha dela não foi amparada como foi a minha campanha. Foi pelo público, que deu a força e falou. Então teve um grande ataque neles que fez eles botarem a mão na consciência e ver que o público aqui é outro", disse ele, completando:

"As marcas até tentam excluir, mas não tem pra onde elas correrem. E também a rapaziada que fala: 'não preciso disso'. Aí xinga a marca. São outros fanfarrões que dão mole. Vai ficar afastando a marca do favelado pra sempre. Meu irmão, eles vão patrocinar os tchutchuco é na marra. Eles vão ser consumidos pelos favelados é na marra. Eu tô procurando é a solução de levar o nosso público, a nossa favela, pra outras escalas. Não é pra vagabundo falar: "eu não ligo." É porque ele tem condição de comprar. Então é mole falar quando tem dinheiro."

22k MiniTape 

Lançada recentemente, 22K MiniTape, cujo nome é um trocadilho do inglês para o português (tradução de dois dois e k), para soar como Tchutchuca, é também uma homenagem às mulheres, já que todas as cinco caixas contam com participações femininas. O cantor explicou o conceito por trás do trabalho.

"22k MiniTape é um pedaço da ATG Tape (álbum anterior). É um projetinho especial pré-álbum. Uma parada pra ser rápida, mais objetiva e marcante. Sobre as mulheres, é um público que qualquer artista quer atingir. Eu não quero ter que fazer um love song, que não seria eu, só pra atingir esse público. Eu quero fazer o que eu faço e elas gostarem do mesmo jeito. E eu sou muito antenado na moda feminina e no que as mulheres gostam. Aí mesclei isso e saiu a 22k MiniTape."

Nas faixas, o artista optou por escolher tanto artistas na nova geração, como Kloe e Jady, como mulheres com muito tempo de estrada, como Negra Li.

"É porque eu sou um artista que tá trazendo muito o respeito das ruas. Sou muito presente nas ruas e muito respeitado nas ruas. É mais pra isso também. E pra mostrar pros novinhos e pros mais velhos que eu tô aí. Que eu tô fazendo o que eu acho certo e tô sustentando."

Se no funk, por diversas vezes a mulher é tratada como objeto, MD Chefe segue uma linha completamente diferente, elogiando sempre que possível o gênero feminino em suas letras. O cantor explica o motivo.

"Offlei Sounds é a tropa dos maridão. Todo mundo maridão. Mas na real, além disso, esse é o jeito que eu sempre tratei as mulheres da minha vida. Então é só um reflexo disso."
MD Chefe lançou recentemente a "22K MiniTape" - Divulgação / Steff Lima
Conquistando cada vez mais espaço, lotando shows e viajando o Brasil, o cantor falou sobre o que ainda sonha em conquistar. Ele fez questão de destacar que para ele, os objetivos não podem ser vistos como algo inalcançável.

"Eu sou um homem bem incisivo. Na real, sou bem quente mesmo. Quando vou atrás da parada é pique fogo mesmo. Mas nessa parada eu sou muito firme. Na questão dos meus objetivos, nunca separo eles como algo místico. E também não ajo como se as coisas que eu conquistei, eu não tivesse trabalhado pra isso. Então eu tenho objetivo, penso que vou conquistar, batalho e conquisto. E eu tenho objetivos bem simples: viver bem, cuidar da minha família e de todos. As minhas conquistas que são grandiosas, mas meus objetivos são simples.

Com relação aos objetivos musicais, o foco principal é na sua gravadora.

"Meu objetivo é mudar o mercado. Transformar a Offlei Sounds na maior gravadora. Mostrar o que realmente é o trap, os estilos de vida e o que a gente precisa apresentar das favelas. Fazer o mercado, nosso dinheiro girar de uma forma consistente. E marcar mesmo o mercado brasileiro. Não pra que eu tenha que cantar as músicas de lá, mas sim pra nego tá ouvindo nossas músicas daqui."

Um dos maiores nomes do trap nacional, MD Chefe também deu uma definição do que é o gênero musical pra ele.

"Ser você, 100% na sua melhor versão. Então você não pode falar mentiras, senão não terá credibilidade. É você expor seu estilo de vida de uma maneira que cative as pessoas a ver que seu estilo é maneiro em vários pontos. Assim como é doido, é complicado, é perigoso. Mas você fala de um jeito tão bom de se ouvir, que a galera vai falar: "Esse neguinho é brabo, eu poderia ter essa parada. Daí já entra no rap, do flow, da métrica."
Vem aí: Mr. Lion

De um jeito misterioso, MD Chefe encerrou a entrevista falando sobre os próximos lançamentos da Offlei, e em primeira mão, prometeu um novo projeto até o fim do ano, intitulado "Mr. Lion".

"Cara, vai sair agora os projetos da Offlei Sounds, como gravadora. Vai sair os projetos do DomLaike, do mestre. Que é a nova virada da cena. Vai ter uma surpresinha minha dentro desse projeto também. São esses projetos com a gravadora que vão expor esses artistas da favela, mostrando um pouco mais do nosso estilo de vida. E a Mr. Lion, é só isso que eu vou falar. Só isso que vocês precisam saber agora", disse ele, deixando no ar o gostinho de "vem aí".


MD Chefe é nascido no Morro do Turano Divulgação / Ygor Freitas
MD Chefe é conhecido pelo seu estilo exuberante e luxuoso Divulgação / Steff Lima
MD Chefe é um dos maiores nomes do trap nacional Divulgação / Steff Lima
MD Chefe também tem forte relação com o Morro Fallet-Fogueteiro, onde mora até hoje Divulgação / Steff Lima
MD Chefe é o dono dos hits "Rei Lacoste" e "Tiffany" Divulgação / Steff Lima
MD Chefe lançou recentemente a "22K MiniTape" Divulgação / Steff Lima

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