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Casa de acolhimento às mulheres no Centro do Rio recebe doações

Local é uma ocupação de um prédio abandonado há 8 anos sem cumprir função social

Movimento de Mulheres Olga Benário
Movimento de Mulheres Olga Benário -
No dia 7 de Agosto, a Lei Maria da Penha, um marco legislativo no combate à violência contra a mulher, completou 16 anos. A norma prevê instrumentos de enfrentamento e prevenção à violência familiar e doméstica contra a mulher.
Apesar de ser reconhecida pela Organização das Nações Unidas (ONU) como uma das três melhores legislações do mundo no enfrentamento à violência de gênero, o Rio de Janeiro é o segundo estado com mais casos de violência de gênero no país e o Brasil ocupa o quinto lugar no ranking de casos de feminicídio no mundo.
Diante desse cenário, o Movimento de Mulheres Olga Benário ocupou um prédio que estava há oito anos abandonado, sem cumprir função social. E assim nasceu a Casa de Referência da Mulher Almerinda Gama, no dia 8 de março de 2022, Dia Internacional da Mulher, data carregada de simbolismo histórico fruto da luta das mulheres trabalhadoras. Como o espaço não conta com apoio do poder público, a casa disponibiliza o Pix casa.almerindagama@gmail.com para quem tiver interesse em ajudar a garantir a alimentação das mulheres que estão no local.
Segundo integrantes, essa é a 9ª ocupação do Movimento Olga Benário na América Latina e a primeira ocupação de mulheres no estado do Rio de Janeiro. Localizada na Rua da Carioca, nº 37, coração da cidade do Rio de Janeiro, a Casa surgiu com o objetivo de ser um espaço de acolhimento, formação e de organização de mulheres em situação de vulnerabilidade, garantindo auxílio no momento da denúncia das violências sofridas. Além disso, o espaço também é palco para intervenções culturais com exposições artísticas e shows com grupos de forró e parcerias com projetos de extensão com o Núcleo de Assessoria Jurídica Universitária Popular - NAJUP e Teorias e Redes de Ação Materialista - TRAMA.
O nome do espaço homenageia a trajetória de Almerinda Gama, uma advogada consciente dos direitos das classes trabalhadoras, jornalista combativa e feminista de ação, como a própria se descrevia. Ao longo da sua vida, foi presidente do Sindicato dos Datilógrafos e Taquígrafos, apoiou as mobilizações pelo voto feminino. Em 1933, foi a única mulher a votar na eleição dos representantes classistas para a Assembleia Nacional Constituinte. No ano seguinte, foi candidata nas eleições à Câmara Federal e ao Senado.
Agnes Moraes, cria de Santa Cruz, graduanda em direito, militante no movimento estudantil e colaboradora do PerifaConnection

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