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Bloco Agytoê desfila pela primeira vez dentro da agenda oficial

Pedro Amparo, 29 anos, um dos fundadores do Agytoê, disse que antes, pela 'ilegalidade', a brincadeira era também descobrir onde e quando o cortejo sairia: 'Tocamos ritmos baianos, merengue, funk, macumba, samba reggae', falou

Bloco Agytoê, no Centro do Rio
Bloco Agytoê, no Centro do Rio -
Há sete anos desfilando pelas ruas do Rio, o bloco Agytoê saiu pela primeira vez este ano na agenda oficial de cortejos oficiais da cidade, na manhã desta quarta-feira. A festa está prevista para rolar até às 13h.
Pedro Amparo, 29 anos, um dos fundadores do Agytoê, disse que antes, pela "ilegalidade", a brincadeira era também descobrir onde e quando o cortejo sairia. "Esse ano ele se tornou oficial, antes não era. E também era surpresa. As pessoas não sabiam nem horário e nem local. Tinham enigmas, iam jogando charadas na internet, até descobrir onde seria mesmo", lembrou.
Amparo explicou que o bloco surgiu de uma vontade de fazer um carnaval diferenciado no Rio de Janeiro, saindo da moda de fanfarra para fazer uma onda de batuque. "Tocamos ritmos baianos, merengue, funk, macumba, samba reggae", conta.

A gente tenta de muitas formas trazer as diversas minorias para o nosso bloco. Aqui tem gordinho, magrinho, branco, negro, gente da zona norte, sul e oeste, baixada, Centro, LGBT, a galera cis. A gente tenta, através do nosso discurso, fazer valer nada mais do que a nossa obrigação e trazer toda a galera para perto. Queremos mostrar que as minorias estão presentes no carnaval sim.
Antes foliona e agora integrantes do grupo, Yumi Pojo, 30 anos, disse que é adepta do Agytoê há três anos principalmente pela bandeira em prol da igualdade. "Gosto muito da bandeira que eles levantam, de igualdade. Aqui querem que todo mundo tenha voz. Trazem também os ritmos baianos. O bloco é LGBTQ friendly. Não temos quarta de cinzas, aqui é a quarta que brilha", falou.
"A gente tenta de muitas formas trazer as diversas minorias para o nosso bloco. Aqui tem gordinho, magrinho, branco, negro, gente da zona norte, sul e oeste, baixada, Centro, LGBT, a galera cis. A gente tenta, através do nosso discurso, fazer valer nada mais do que a nossa obrigação e trazer toda a galera para perto. Queremos mostrar que as minorias estão presentes no carnaval sim", defendeu o fundador Pedro Amparo.

Lorena Santos, 18 anos, faz parte do bloco afrocultural Òrunmilá e diz que o grupo histórico é uma referência para o Agytoê. "É nosso bloco serve de inspiração para eles, somos um dos blocos afros mais tradicionais do Rio", disse a jovem, que está acompanhado o cortejo pelo terceiro ano.
"É a primeira vez que eu venho, mas sempre ouvi falar muito bem. Aproveitar que hoje é o último dia de folia", contou Victor Freitas, 32 anos, que também é integrante do Òrunmilá.