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'Vocês vão me aturar por muito tempo ainda', diz Latino

Cantor, que está comemorando 30 anos de carreira, não pensa em parar tão cedo: 'Tenho um gás inacreditável'

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Rio - Roberto de Souza Rocha, de 48 anos, mais conhecido como Latino, está comemorando 30 anos de carreira no cenário da música. Em entrevista ao Meia Hora, o cantor fala sobre os grandes sucessos que marcaram sua trajetória e também sobre seus problemas com jogos e dívidas. O carioca comenta, ainda, como é sua relação com os filhos e quais são seus planos para o ano de 2022. 
Você completou 30 anos de carreira em dezembro do ano passado. Como você avalia sua trajetória até aqui? 
Só tenho que agradecer a Deus! Além de lançar no México, anos atrás lancei meu catálogo original nos Estados Unidos também. Nesses anos de carreira fiz várias turnês na América, México, Argentina, Portugal, África, mas gosto mesmo é do calor humano do brasileiro. Imbatível! Vocês vão me aturar por muito tempo ainda. Tenho um gás inacreditável. Pra alguém trabalhar comigo, tem que ser louco como eu. Não deixo ninguém em paz. Mas os resultados não param.
Com uma trajetória de tanto sucesso, sua vida pessoal ficou extremamente exposta. Em algum momento essa exposição te fez mal? 
Tudo na vida tem ônus e bônus e precisamos estar prontos para os dois. A exposição faz parte do processo do artista e vem junto com o sucesso.
Você teve grandes sucessos como "Festa no Apê" e "Me Leva". Porém, qual foi a canção que deu aquela virada de chave para sua consagração como cantor?
'Festa no Apê' foi sem dúvida um divisor de águas na minha carreira. Nunca esperava o sucesso que foi e até hoje quando canto em meus shows, o público vai ao delírio! E o mais interessante: do popular aos bacanas, de crianças que nem nascidas eram, até os mais velhos. Fiz a letra de 'Festa no Apê' numa mega festa em meu apê. Estava sóbrio, somente observando a reação das pessoas e consegui chegar na letra ideal. 1000% real. Nada foi adaptado! A música era um OVNI (Objeto Voador Não Identificado) e muito ousada pra época, acho que o segredo do sucesso está aí... é a minha cara ser assim.
Qual foi a realização mais importante que você teve como artista até o momento?
Foram dois momentos marcantes. A primeira foi quando fiz o Réveillon de Copacabana, (local) onde anos atrás vendia sanduíche nas areias. E o outro quando fiz o 'Brazilian Day ', em Nova York, onde lá atrás morava próximo e ia de vez em quando lá ver pequenos shows.
Você já revelou que perdeu R$ 15 milhões por conta de jogos e mulheres. Como foi essa fase?
O pior foi a corrida de cavalos porque me endividei e fiquei muito tempo pagando. Aprendi com os erros e entrei numa nova fase. Desde então, nunca mais parei de trabalhar e reconquistei muito mais do que perdi.
Na adolescência, você morou fora do Brasil e trabalhou como garçom, cozinheiro e ilusionista. Foi um período difícil?
Foi difícil, mas musicalmente foi muito importante. Quando morava nos Estados Unidos tinha minha turma que era dos Latinos. Sempre tinha um amigo que ensaiava umas cantaroladas. Cantava um estilo que lá fora era chamado de 'Freestyle' e aqui mais tarde se tornou o 'Funk Melody', nome dado por aqui pelo Tony Garcia quando veio ao Brasil neste período do início dos anos 90.
Você tem 10 filhos. Como é a sua relação com eles?
Sempre quando posso, eu encontro meus filhos. Quando tenho show, alguns vão, inclusive. Alguns me visitam mais e isso faz com que a gente tenha um laço mais afetivo, mais intimidade. Mas meu amor por todos é igual.
Como você lida com as polêmicas envolvendo seu nome?
Polêmicas sempre rolam, mas a verdade nem sempre é divulgada. Quem não tem problemas? O sucesso gera tudo isso. Só quem está do lado de cá pode falar. Mas não estamos falando de 30 anos de carreira? Fazer sucesso de uma hora pra outra é fácil. Vai se manter nesse mercado por esse tempo todo... Hoje trabalho bastante, faço shows pomposos, me consagrei no meio de pessoas poderosas e influentes e sou popular. O que quero mais? Agradeço a Deus todos os dias. Por isso, prefiro sempre focar no lado positivo de tudo.
Na pandemia muitos artistas sentiram dificuldade para produzir ou para se reinventar. Como foi esse processo para você?
Não gosto de falar de momentos ruins, mas essa pandemia foi um momento terrível... A pandemia me provou muita coisa, principalmente na habilidade do artista se reinventar. Vejam aí as lives que tomaram conta da internet. Não foi fácil ficar quase dois anos parado...
Você tem algum sonho profissional que ainda pretende realizar?
Ainda não realizei todos os sonhos. Não paro de ter ideias. Tenho um time top e sênior cuidando da minha carreira e juntos com todas as minhas loucuras, estamos trilhando... Sonhos materiais já realizei todos!!! Já fiz loucuras com dinheiro e hoje sou pé no chão e não me arrependo de nada que fiz.
Quais são seus projetos para o ano de 2022?
O meu maior projeto para 2022 é que o coronavírus finalmente chegue ao fim. E que a gente possa voltar a trabalhar com dignidade, porque nós fomos os primeiros a parar e ainda não conseguimos voltar 100%. Esse é o meu projeto, um desejo.
Reportagem do estagiário André Arruda, sob supervisão de Tábata Uchoa

 
Latino Daniel Pinheiro
Latino Daniel Pinheiro

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