Pocah abriu o coração em entrevista ao canal do Youtube 'Vacacast', apresentado por Evelyn Regly, nesta quinta-feira. No programa, a funkeira contou detalhes do relacionamento abusivo que viveu no passado e se emocionou ao relembrar as agressões que sofreu. A cantora chegou a dizer que foi arrastada pelos cabelos, levou 'cuspe na cara' e 'apanhou de uma forma que achou que fosse morrer'.
“Eu perdoei várias traições e acabei me sujeitando a passar por muitas coisas ruins. Foi dos meus 16 aos 21 anos e desde o início da relação acontecia várias agressões. Foi o primeiro homem da minha vida. Hoje vejo tudo isso como experiência e apesar do trauma, aprendi a ter maturidade. Foi um ensinamento, me libertei. Hoje me relaciono da forma que eu mereço e tenho certeza que sou muito amada”, conta ela.
Pocah expôs, com detalhes, como era essa relação, ao qual classifica como uma das piores da sua vida, embora esteja feliz vivendo ao lado do empresário Ronan Souza. “Eu fui humilhada, roubada, agredida. Teve uma vez que eu fui puxada pelos cabelos, igual na época das cavernas e ele ainda cuspiu em mim. Me questionei por muito tempo o porquê de ter deixado tudo isso acontecer. Eu me sentia culpada, ele jogava a culpa de me trair em mim mesma. Era muita manipulação, uma transferência de responsabilidade que não era minha. Eu acreditava que as coisas poderiam mudar, eu não tinha maturidade”, ressaltou. Em seguida, Evelyn Regly contou que, antes de casar, viveu uma relação abusiva. “Não gosto de falar sobre isso, mas sempre que eu puder inspirar e contar essa história para motivar outras mulheres, eu vou fazer. Eu estou curada, mas ficaram sequelas”, disse a youtuber.
Ao ser questionada sobre como saiu desse relacionamento, Pocah confessou que foi muito difícil e que demorou. A funkeira ainda deixou claro que tentou denunciar o abusador. “Eu fiz a denúncia e quando chegaram para registrar, eu fiquei no quarto trancada e só receberam o agressor, que disse somente a versão dele. É muita injustiça não poder contar com quem deve proteger a gente. Eu conseguia ouvir eles dizendo que era só uma briga de marido e mulher, que estava tranquilo. Assim que os policiais viraram as costas, apanhei de uma tal forma que eu achei que fosse morrer. Naquele momento desacreditei, achava que não tinha com quem contar, somente com Deus. Entendo as mulheres que não querem denunciar, elas têm medo, porque a gente acaba sendo humilhada. Quem bate esquece, mas quem apanha não. Hoje é uma cicatriz, mas todos os dias eu lembro de tudo que aconteceu”, completou a artista, que também falou da sua depressão, que foi resultado de todos esses acontecimentos tóxicos.
Abuso na infância
Durante a entrevista, Pocah contou para Evelyn Regly que aos seis anos, foi abusada por uma outra criança que convivia que também tinha seis anos: “O que a criança fazia comigo era horrível e, depois que passou, quando eu tinha 14 anos, que eu percebi que era um abuso sexual. Passeia acreditar que o que ela fazia comigo, era porque aprendeu com alguém que fazia a mesma coisa com ela. Tentei fazer com que a outra criança denunciasse, mas não adiantou. Por isso, eu falo para as mulheres. Sinto que tenho uma missão de contar tudo que passei e fazer disso motivação para outras mulheres. Tudo isso me ensinou, me deixou mais forte”, finalizou lembrando que é muito importante conversar com as crianças, com os nossos filhos, com o objetivo de protegê-los.
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