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Lucas e Orelha celebram transição para o pagode: 'Muita gente nos via nesse lugar'

Banda vencedora da segunda edição do 'SuperStar' marca a virada na carreira com o lançamento do primeiro DVD

Lucas e Orelha
Lucas e Orelha -
Rio - Lucas e Orelha conquistaram o grande público ao vencerem a segunda temporada do 'SuperStar', da TV Globo, em 2015. Apadrinhados por Thiaguinho, a dupla baiana apresentou um repertório autoral ao longo de toda competição musical que tinha foco na sonoridade R&B. Durante a pandemia, Lucas e Orelha apostaram nos mashups e regravaram diversos pagodes. Com o sucesso, a dupla apostou no gênero e fez parcerias com grandes nomes, entre eles, Belo, Turma do Pagode e Chininha. Para coroar a virada na carreira, os cantores detalham as expectativas com a aposta no estilo musical, o lançamento do primeiro DVD e relembram a conquista no reality musical. 
Quando vocês decidiram voltar o trabalho musical da dupla para o pagode?
Orelha: A gente vinha fazendo vários mashups com músicas de pagode e desde o início da carreira já fazíamos participações com bandas do gênero. Nosso padrinho no 'SuperStar' (o cantor Thiaguinho) era e é uma das nossas maiores referências, então, para a gente, foi bastante natural essa transição, muita gente já nos via nesse lugar.

Lucas: Na verdade, decidimos juntar o pop com pagode! Essa ideia veio durante os lançamentos de mashups na internet, quando a galera pedia pra gente cantar alguns pagodes. Vimos que o público queria um pouquinho mais além do que o que a gente lançava ali como mashup. 
Vocês pensam em manter elementos característicos do início da carreira?
Orelha: Sim, nesse nosso novo momento no pagode a gente manteve várias referências do R&B e pop que já fazíamos, os timbres usados no nosso som e na produção do DVD bebem muito dessa fonte.

Lucas: A gente sempre vem mudando, evoluindo a nossa sonoridade musical. Mas mantivemos a nossa ideia de ter ali o R&B, o pop, os elementos eletrônicos e a forma black que gostamos de cantar.
Qual a importância dessa transição no amadurecimento artístico de vocês?
Lucas: Tudo vem sendo muito importante. Os lançamentos dos mashups durante a pandemia foram muito importantes para nos abrir a esse novo público e a essa nova vivência.
Qual foi a maior inspiração para vocês investirem no pagode?
Orelha: A gente sempre trabalhou com pessoas que fizeram e fazem história no pagode, como os nossos sócios Umberto Tavares e Jeferson Júnior, que têm vários hits na boca da galera, regravamos várias músicas deles. Fora todas as referências que tivemos o prazer de conhecer, como Mr. Dan, Belo, Thiaguinho, Rodriguinho, Turma do Pagode, Vitinho, Chininha, vários amigos que de alguma forma influenciaram pra que isso fosse cada vez mais latente dentro de nós.

Qual a expectativa para o lançamento do primeiro DVD?
Orelha: Tenho as melhores expectativas, não é todo dia que se lança um DVD. Espero que todo mundo possa sentir tudo que a gente sentiu ao gravar e planejar tudo.
Como foi cantar ao lado de grandes nomes como Belo, Turma do Pagode e Chininha?
Orelha: Foi magnífico, porque cantamos com pessoas que somos fãs, eu particularmente ainda acho que estávamos vivendo um sonho ali, a ficha parece que não caiu. 

Lucas: Cantar ao lado desses caras é um prazer muito grande e um privilégio. A gente sempre acompanhou essa galera desde pequeno, bebemos muito dessa fonte.
O grande público conheceu a dupla através do "SuperStar", da TV Globo. Qual o impacto da participação no programa?
Orelha: O impacto foi enorme, aquela oportunidade mudou nossa vida, conseguimos ajudar nossa família e disseminar a nossa marca pro Brasil inteiro. Aproveito para dizer que precisamos de mais oportunidades como essa para nossos jovens, para mais jovens pretos e periféricos. De onde a gente vem tem muita gente talentosa batalhando para esse momento chegar.

Lucas: O 'SuperStar' abriu muitas portas pra gente, foi um divisor de águas. O programa nos deu a oportunidade de viver de música, nos deu todas as ferramentas para continuar trilhando nosso caminho.
Como foi a experiência de vencer o reality musical?
Orelha: Absurdo ter o meu pai ali me assistindo ao vivo, vencendo um programa nacional e minha família em casa vibrando alto. Foi uma experiência inesquecível.

Lucas: A gente nunca imaginou que fôssemos chegar à final. Estávamos no início da nossa carreira ao lado de grandes bandas. Foi um susto imenso. Mas ficamos muito felizes e estamos colhendo frutos até hoje.
Vocês planejam uma nova parceria com Thiaguinho?
Orelha: Com certeza, já tivemos o prazer de lançar um som com o nosso padrinho [a música 'Ela Gosta do Pretinho', em 2018] e seria magnífico fazer um outro nessa nova fase, com o trabalho ainda mais estruturado.

Lucas: Sempre! Tivemos uma já, mas sempre pensamos em fazer algo com ele. O Thiaguinho está sempre acompanhando nosso trabalho, mandando mensagem.
Receberam algum conselho do cantor após decidirem investir no pagode?
Orelha: Ainda não tivemos a oportunidade de trocar ideia ao vivo, mas não tenho dúvidas de que ele ficará feliz ao saber!
Como é ser uma inspiração para os jovens que sonham em cantar profissionalmente?
Orelha: É maravilhoso. Algo que me traz uma responsabilidade absurda, penso em tudo que vou fazer e como vou fazer, para que sempre tenham em mim um bom exemplo.

Lucas: É um privilégio. Viver da música, sendo dois jovens pretos que buscam e sonham isso, já é um privilégio. E ver outros jovens pretos olhando pra gente e entendendo que eles também podem chegar lá é uma honra. Entrar no Instagram e ver mensagens dessas pessoas é indescritível, é uma gratidão por tudo que a vida nos oferece. É muito importante ser uma referência para que eles lá na frente não desistam. Os jovens pretos precisam de referências pretas em todos os meios de comunicação. Eles precisam se enxergar lá.
Que conselho vocês dariam para esses jovens?
Orelha: Lutem, não desistam dos seus sonhos, ousem sonhar! Mais do que ninguém sabemos que é difícil, mas com certeza não é impossível. Contem conosco.

Lucas: Nunca desista dos seus sonhos. Não pare de lutar, persista, resista. Nós podemos ser o que queremos ser. Numa sociedade que nos elimina de tudo, sonhar é a nossa arma principal.
Reportagem da estagiária Letícia Pessôa, sob supervisão de Tábata Uchoa
Lucas e Orelha Divulgação
A dupla Lucas e Orelha cantou com Leíz, vocalista do grupo Turma do Pagode, na gravação do DVD Divulgação
Lucas e Orelha Divulgação
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