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Chitãozinho e Xororó vão cantar em Nova York: 'Sonho que nem tínhamos sonhado'

Dupla comemora 50 anos de carreira e destaca: 'Um completa o outro'

Chitãozinho e Xororó
Chitãozinho e Xororó -
Chitãozinho e Xororó completam 50 anos de carreira. Ícones do sertanejo, os cantores colecionam números. São mais de 40 milhões de discos vendidos, 39 álbuns inéditos, dez DVDs, cinco prêmios Grammy, mais de 400 músicas gravadas, centenas de discos de ouro, platina e diamante. Ao Meia Hora, a dupla fala sobre as cinco décadas de trabalho e os projetos especiais, que incluem série, gibi, musical, documentário e uma turnê especial, intitulada “Por Todos Os Tempos”, que vai rodar o Brasil e o mundo.
Qual a expectativa de vocês sobre a série 'As Aventuras de José & Durval', com produção da O2 Filmes e do Globoplay, que vai retratar a história de vocês?
Chitãozinho: Nesses anos todos, muitos diretores nos procuraram para fazer um longa. E a gente nunca sentiu essa liberdade, essa coisa profissional, de confiança, pra gente liberar nossa história. Com o tempo passando, as coisas foram clareando e se firmando mais, ficou até difícil falar não. Porque as pessoas cobravam isso há muitos anos. Quando surgiu a ideia de fazer uma série ao invés de um longa, a gente amou. Hoje todo mundo é viciado em série. O que as pessoas querem mesmo é saber o particular, as músicas a maior parte do público já conhece.
Xororó: A surpresa vai ser grande pra gente também. A gente não viu nada, não assistiu. A gente viu uma ceninha só.
Vocês serão a primeira dupla sertaneja a tocar no Radio City Music Hall, em Nova York, no dia 3 de setembro. Qual a emoção?
Chitãozinho: Vai ser a realização de um sonho que nem tínhamos sonhado, cantar no palco do Radio City. A gente sabe que alguns artistas brasileiros já fazem turnê pelos EUA e especialmente lá. Um deles é o Roberto Carlos, que também é muito famoso em toda a américa latina.
Xororó: Até a década de 70, a gente cantava em periferias de circos de São Paulo e em cidades próximas, como Atibaia, Bragança Paulista, etc. Imagina começar em um circo de periferia e cantar no Radio City? É algo que não poderíamos jamais sonhar.
Vocês tem muitos hits ao longo dessas cinco décadas. Nessas comemorações, vocês vão trazer músicas novas?
Chitãozinho: A gente tem a 'Pássaros', é a música mais nova. O show tem duas horas de duração e conta nossa trajetória, nossa vinda do Paraná pra São Paulo logo na abertura. O show tem de 'Galopeira' até 'Pássaros'. Quem for assistir vai viajar na nossa história, no nosso repertório e nas músicas mais importantes.
Também vai ter um musical sobre vocês, como será?
Chitãozinho: A gente sabe do musical, mas, de acordo com o nosso cronograma, essa vai ser a última comemoração, deve ser no ano que vem. 
São 50 anos trabalhando juntos. Vocês se dão bem?
Chitãozinho: A gente se dá super bem, principalmente na parte profissional. Nós temos comportamentos totalmente diferentes, personalidades diferentes, mas a gente aprendeu a se respeitar desde criança. A gente não tem muitos problemas familiares pra resolver, ficou no passado.
Xororó: Já resolvemos. Todas as famílias tem as divergências normais. Chitão tem dois anos a mais que eu, muito cedo ele começou a encabeçar a dupla, a parte mais criativa. A gente teve uma certa dificuldade, no caso eu, por ser mais novo. Depois, quando comecei a entender um pouco mais da vida, quando começou a virar uma profissão, comecei a reivindicar meu espaço, com as minhas ideias. Então, a gente teve alguns atritos. Mas a gente entendeu muito cedo também que 'meu espaço termina quando começa o seu'. E essa regrinha da vida é básica, mas inteligente.
Chitãozinho: Um completa o outro.
Se vocês pudessem definir esses 50 anos em uma palavra, qual seria? Tem alguma música mais marcante?
Chitãozinho: A palavra que vem na minha cabeça é gratidão, a Deus e ao público. Músicas, todas elas são importantes, cada uma na sua época. Diria 'Fio de Cabelo', porque em em 1982, o segmento da música sertaneja era menor e estava começando a crescer. Mas o sucesso de 'Fio de Cabelo' durante um ano foi tão grande que ele atingiu outro público. Dali pra frente a gente se concentrou nesse público que era novo pra gente. Fomos nos modernizando, colocando elementos mais pop dentro do nosso repertório.
Xororó: Eu concordo com o Chitão. 'Fio de Cabelo' abriu as portas pra gente de todos os veículos de comunicação da época. Nossa história é antes e depois de 'Fio de Cabelo'.
Sobre Qualidade vocal: como vocês lidam com isso com o passar do tempo?
Xororó: A gente tem que exercitar (a voz). Aprendi isso 50 anos depois. Nunca tinha feito aula de canto, sempre tive minha voz aguda e preservei muito. Cantava mais nos shows e sentia uma certa dificuldade. Nas férias, quando eu voltava, demorava uns 3 shows pra voltar ao normal. Na turnê dos meus filhos, Sandy e Junior, eu conheci um vocal coach muito fera, fiz um teste com ele. Gostei e comecei a fazer aula online.
Chitãozinho: É impressionante. Ele melhorou muito minha forma de cantar, não só nas cordas vocais. É a melhora na técnica. A gente está muito feliz, as pessoas vão perceber isso na turnê.
Nessa série de comemorações, a história de vocês vai virar um gibi. Como foi a produção dele?
Cartunista Ridault Dias Junior: A ideia é transformar a vida deles em um conto de fadas. Eles não crescem nunca, eles vivem aventuras no Vale da Música. A maioria dos personagens que eles vão encontrando são pessoas que passaram pela vida artísticas deles e são pessoas mágicas. Elfos, fadas, seres que vivem no Vale da Música e ajudam a dupla a fazer o repertório. É algo mais fantástico. Acho que vocês vão gostar.
Chitãozinho e Xororó Leo Franco / AgNews
Chitãozinho e Xororó Leo Franco / AgNews
Xororó Leo Franco / AgNews
Chitãozinho Leo Franco / AgNews
Chitãozinho e Xororó celebram 50 anos de carreira com muitas comemorações, entre elas, uma série biográfica, protagonizada por Rodrigo Simas e Felipe Simas (foto abaixo). Divulgação/Vans Bumbeers