'Música que se conecta com minha essência', afirma Karin Hils sobre novo single

Rio - Karin Hils se destaca por sua pluralidade artística. Conhecida do público após integrar o Rouge, grupo formado no reality musical "Popstars", a cantora virou referência no teatro musical. Em paralelo com o final de temporada da peça "Donna Summer Musical", a artista lança 'Alô', o quinto single de sua carreira solo. Karin Hils comenta a expectativa para mais um projeto musical, as semelhanças com a personagem interpretada no teatro e a importância de exaltar a voz da comunidade LGBTQIAP+. 

Foi um processo muito prazeroso, de descoberta e experimentação sonora. 'Alô' é uma música que se conecta com minha essência no pop, com uma letra que tem a ver com os encontros e desencontros, o que também tem a ver com as expectativas que criamos em relação ao outro. Além disso, é uma música dançante que combina com diferentes momentos. Estou muito feliz com essa produção.

Pablo Bispo, Ruxell e Sérgio Santos fizeram parte da produção musical dessa sua nova fase musical, como foi trabalhar com esses nomes de sucesso?

Foi maravilhoso. Eles me deixaram muito a vontade para que a gente pudesse passar por diferentes caminhos criativos e mergulhar na minha pluralidade artística. Pudemos criar algo que realmente tem a ver comigo e com o que eu quero trazer para as pessoas. Além deles, também contamos com a colaboração de um jovem compositor talentosíssimo, o Douglas Campos.

Recentemente, você lançou outras canções, como foi o processo de escolha das faixas?

Sim, cada música caminha por um ritmo, como R&B, mas sempre com o pop presente em todas as músicas ao mesmo tempo. Eu sou uma artista pop, mas que gosta de criar e explorar caminhos diferentes na minha arte. Todos os cinco singles lançados até agora são composições autorais ou adaptações de letras inéditas feitas em parceria com os meninos, das quais eu me preocupei, além da letra, principalmente, com a sonoridade de cada música.

Quais as referências você buscou para esse projeto?

Todas as que pude (risos). Sou muito eclética, então harmonizar tudo isso para principalmente fazer algo meu, que tivesse além de todas as referências a minha cara, foi um desafio muito prazeroso.

Você é uma das grandes figuras do teatro musical, como foi trabalhar em "Donna Summer Musical"?

Foi sem dúvida alguma uma grande honra homenagear essa artista de tanta grandeza em sua história de vida e de tantos sucessos. Foi muito bom contar a história de alguém que eu aprendi a admirar tanto e perceber várias similaridades em nossas vidas.

Você se identifica com a Donna Summer?

Sim, no decorrer do projeto eu percebi algumas similaridades em nossas trajetórias, que vão muito além da paixão pela música e do fato de nós duas termos integrado o elenco de uma montagem de 'Hair', acho que a conexão está também na resiliência e da busca pelo empoderamento feminino, em especial da mulher preta.

Qual o balanço você faz desse projeto que está encerrando?

Queria que o Brasil todo pudesse conhecer a história dela, que é tão presente em nosso dia a dia através da música. Donna Summer, com certeza, foi um trabalho transformador, acho que isso resume bem. Ele foi mais longo do que o projetado inicialmente devido as interrupções necessárias durante a pandemia, o que fez eu ter uma relação ainda mais intensa com a história dessa mulher incrível e tão à frente do seu tempo. Donna é uma inspiração artística, com certeza.

Você ficou conhecida do grande público ao participar do "Popstars", como é a relação com o público que te acompanha desde o Rouge?

Acho que hoje um pouco mais madura, o que é natural, pois de alguma maneira nós crescemos juntos. Mas nem sempre foi assim dado ao fato principal, eu acho, da gente, na nossa cabeça, ter ficado famosa da noite para o dia. E segundo, pois tamanha fama não condizia com a realidade artística. As dificuldades que tive, percebo hoje, no fundo eram porque eu queria ser vista acima de tudo como um ser humano que estava ali. Parte do meu público me acompanha desde o começo da minha carreira e eu tenho muito carinho por cada um dos meus fãs que aprenderam a gostar de mim como eu sou e eu também aprendi muito com eles. Assim como com os novos fãs que conquistei a partir de outros trabalhos e, graças a Deus, eu posso dizer que tenho um grupo de fãs diverso e que hoje vão do 8 aos 80 anos.

Tivemos, recentemente, a celebração do Mês do Orgulho LGBTQIAP+, qual o tamanho da responsabilidade de fazer parte e representar essa comunidade?

Eu acho de extrema importância a gente refletir de forma constante quanto a visibilidade LGBTQIAP+, não apenas no mês de junho. Eu realmente tenho um público grande e que me acompanha desde o início da carreira, público esse com o qual eu também me identifico. Eu tenho muito amor por ser acolhida por essa comunidade da qual eu também faço parte. Acho importante exaltar outras pautas que assim como essa são constantes para mim, que é o protagonismo feminino, em especial das mulheres pretas em nosso país.

Você está na reprise de 'Carinha de anjo', interpretando a irmã Fabiana, como foi fazer parte do projeto?

Esse foi um trabalho muito especial que a Leonor Corrêa e o SBT me trouxeram. A irmã Fabiana tem uma personalidade incrível, com energia lá em cima, alma de criança, mas sem deixar de ser responsável como uma adulta. Com ingenuidade e doçura conquista a todos ao seu redor e como plus tem o dom da música, capaz de transformar as pessoas. O desafio foi justamente encontrar a energia que a personagem pedia, fico feliz em ter conseguido e com isso tenha agradado tanto as pessoas de diferentes idades. As crianças do elenco também eram muito animadas nos bastidores, adoravam cantar e dançar. Conversávamos sobre várias coisas. Realmente éramos todos como uma grande família, não por acaso sempre que possível a gente está conversando em nosso grupo no WhatsApp.