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Jojo Todynho lança primeiro álbum de pagode: 'Minha expectativa é surpreender a todos'

'Jojo Como Você Nunca Viu' retrata as raízes da cantora e mostra seu amadurecimento vocal

Jojo Todynho
Jojo Todynho -
Rio - Jojo Todynho adotou o nome Jojo Maronttinni, e com ele vem uma nova fase em sua carreira musical. A cantora lançou, na última sexta-feira (19), o seu primeiro álbum de samba e pagode. “Jojo Como Você Nunca Viu” conta com 10 faixas, entre regravações e músicas inéditas, que buscam mostrar as origens da artista e seu amadurecimento vocal. A seleção das canções foi feita de forma criteriosa para levar mensagens necessárias ao público e também para fazer algumas homenagens, como ao seu pai e ao seu bairro. No bate-papo abaixo, Jojo revela tudo o que esse projeto representa em sua trajetória como artista.

Quais são as suas expectativas para o novo projeto?
Minha expectativa é surpreender a todos. Eu espero que esse álbum caia nas graças do povo. E eu acho que vai. ‘Que tiro foi esse?’ e tantas outras músicas que eu venho gravando no decorrer destes cinco anos veio trazendo uma maturidade para escolher o repertório certo, amadurecimento de voz, e é o que eu quero trazer para este novo álbum, nesta nova jornada. Minhas idealizações de música mudaram, e quero que o público entenda essa mensagem.

Por que você decidiu regravar ‘Garota Nota 100’, do Mc Marcinho?
Meu pai foi uma pessoa muito importante na minha vida, faz 15 anos que ele foi embora. Eu sou fã do MC Marcinho por causa do meu pai e foi uma forma de citar ele em um dos momentos mais importantes que estou vivendo da minha vida.

Você pensou na representatividade presente na música “Bangu” quando decidiu gravar?
De coração, não pensei. Eu queria fazer uma homenagem para o meu bairro, mas eu não pensei na questão de representatividade, não pensei nas pessoas que saíram de Bangu e venceram na vida. Eu só queria homenagear o meu bairro. Porque Bangu pra mim é meu lugar de paz. Eu vou para cada canto do mundo, e eu troco esses lugares para estar em Bangu tomando uma cerveja com a minha galera. Eu gosto de estar com a minha família, eu gosto de estar com o meu povo.

Qual a importância de retratar o lugar onde você nasceu nesse álbum?
A importância vem de lembrar e nunca esquecer de onde a gente saiu. É o que eu falo para todo mundo: eu vivo o estrelato, mas não me fiz estrela. Se eu precisar voltar para onde eu saí, eu volto com a cabeça erguida. Se tiver que vender água no sinal, eu vendo. Eu acho que a vida é isso aí: altos e baixos. Além de mostrar a realidade do bairro, que é carente, mas muito feliz. Eu gosto do calor da comunidade. Eu amo meu povo.

Como você descreve a influência do samba/pagode na sua vida?
Uma influência muito boa. O samba e o pagode hoje caíram nas graças do povo, mas o samba e o pagode eram vistos como coisa de preto, como coisa de gente favelada, assim como o funk. E hoje isso se tornou algo cultural que todo mundo ama. Mas isso é uma coisa que já é nossa, de ancestralidade. E essa conexão, para o povo preto é algo muito importante. Em qualquer vertente que eu possa vir a cantar, o pagode sempre vai estar enraizado na minha vida porque quem veio da comunidade, quem vive na comunidade e não tem conexão com o pagode, está vivendo na comunidade errada. Eu cresci ouvindo pagode, então ele faz parte da minha vida mesmo que eu tenha me tornado uma cantora de funk, e mesmo que um dia eu me torne uma cantora de MPB.

Por que você não iniciou sua carreira no samba/pagode?
Esse é um álbum que eu idealizo desde 2017, quando eu entrei na gravadora. E nesse percurso de shows, isso foi ficando de standy-by para o momento certo. Porque naquele momento a música “Que Tiro Foi Esse?” tinha estourado de uma forma que ninguém imaginava. E aí a gente pegou o embalo no funk. Mas a minha vontade era seguir no pagode desde o início. E agora saiu esse álbum, que é um sonho se realizando. E também serve para acabar com esse preconceito que as pessoas têm comigo de ‘a Jojo não canta nada’, e isso me magoa. E agora estou lançando meu álbum e vou poder mostrar para as pessoas. Realmente, o funk não me dava essa oportunidade de mostrar o meu talento, só que com o pagode, cantando tudo que eu gosto, eu vou mostrar um outro lado da Jojo que vocês nunca viram.
Jojo Todynho Wyssbrazil/Divulgação
Jojo Todynho Wyssbrazil/Divulgação
Jojo Todynho dá uma pausa no funk para lançar seu novo álbum de pagode Wyssbrazil/Divulgação
Jojo Todynho Wyssbrazil/Divulgação

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