Entrevista de domingo: Anderson Leonardo conta tudo para nossa coluna

Ele é vocalista do grupo de pagode ou samba, como achar melhor, que se destacou nos anos 90 por trazer em suas melodias um swing diferenciado, coreografias de um refrão marcante...e um figurino que somente ele poderia usar. Nosso entrevistado desse domingo,  é o querido Anderson Leonardo do grupo Molejo. 

O menino Anderson Leonardo sempre foi uma criança como outra qualquer, bem levada, mas que quando ouvia um batuque ficava doido, largava tudo que estava fazendo para se aproximar e saber o som que estava rolando.

Como a música samba/pagode chegou pra você?

A música chegou através do meu pai, o produtor Bira Haway, da minha tia que é cantora , minha avó que sempre foi muito festeira junto com meu avô. A família sempre foi muito festeira. E eu sou de um bairro onde a música não para. Você imagina a Abolição nos anos 70, era bem agitada. Foi aí que conheci o Cacique de Ramos, me apaixonei e isso nunca mais saiu da minha mente quando vi ali todos os meus ídolos.

Quando teve a certeza que isso que queria para sua vida?

Tive a certeza quando cantei em um especial do Roberto Carlos ao lado de Jovelina Perola Negra, Zeca Pagodinho, Almir Guineto, Grupo Fundo de Quintal, ali quando cheguei na televisão, eu disse: Opa é isso que quero pra minha vida! E a partir levei muito a sério, ali tive a certeza que havia chegado a um outro patamar.

E o começo do Molejo, conta pra gente como foi?

Fiz uma viagem para realizar shows de samba no Japão, quando estava voltando, eu, Andrezinho e Waguinho, que depois veio montar o grupo ‘Os Morenos’, montamos uma banda de baile, bem no início dos anos 90, e aí nunca mais paramos. A banda ‘Molejo’ tem 35 anos, porque o nome é do meu pai, por isso que já tem todo esse tempo.


Ser engraçado, colocar roup0as coloridas e alegres faziam parte desse projeto musical?

Acho que esse meu jeito engraçado, foi meio que sem querer. A gente sempre teve a intenção de cantar em nossos discos sambas bem melódicos, com composições marcantes,  que acabou virando característica da banda. Já os figurinos, quando começamos a fazer televisão, você sabe que figurino extravagante é o que funciona. (risos).

E quando alcançaram o reconhecimento do público? Como reagiu a essa mudança de vida?

Desde nosso primeiro CD. Graças a Deus. O Molejo é um dos maiores vendedores de disco desse país. A gente até pegou uma fase muito boa, que foi nos anos 90 onde a galera comprava bastante disco, e o samba estava explodido, e através disso a gente conseguiu alcançar uma marca muito boa.


Vamos falar um pouco da sua intimidade. Você já falou em entrevista que teve depressão. O que houve para chegar a esse quadro?

Eu acho que quando você chega a depressão é porque realmente vem das coisas que acontecem em seu cotidiano, a entressafra, as escolhas erradas, um rompimento com o empresário. É tudo muito forte, até porque quando o sucesso aconteceu eu era muito novo, era tudo muito intenso, então quando parei um pouco aí vem a depressão. Bate aquela angustia.


Recentemente você revelou ser bissexual. Se sente livre com essa revelação? Chegou a ter medo do preconceito por parte dos seus fãs ou das pessoas do seu convívio profissional?

Essa é uma pergunta até meio complicada de falar, mas acho que sou ser humano, eu amo o ser humano. Eu acho que fizeram uma tempestade num copo d’água, graças a Deus tudo ficou provado e não tenho nada a declarar sobre minha parte sexual, são coisas que tem que ficar na intimidade e não falar nada para a galera.

E como  está após essa revelação? Sente que algo mudou em você? E as pessoas, como estão agindo com você?

Mais uma vez eu digo que não pretendo falar muito sobre isso, mas eu me sinto bem, como sempre me senti. Graças a Deus ninguém ficou contra a mim e tudo acho que ficou provado, então estou bem. Fui apoiado pelo meu pai, minha mãe, pelos meus amigos, pelo público, então eu prefiro não ficar falando.

Como está a situação com o rapaz que o denunciou por estupro? Está o processando?

Ah, eu estou aqui, acho que a galera já viu tudo, não sei como ficou pra ele, mas está tudo nas mãos da justiça. Eu prefiro nem falar o nome!

Além de compositor, musicista, cantor, agora você também está atacando de ator. Como surgiu esse convite para atuar? Será um traficante, fez laboratório? E como estão as gravações do filme ‘Contravenção’?

Essa parte está sendo simplesmente maravilhosa! (risos). O convite partiu do diretor Sandro Villas. Serei o dono da ‘boca’. Vou fazer parte do núcleo engraçado, junto com o Betoh Cascardo, seremos a dupla ‘bundinha e geléia’, está bem legal. Ainda estamos nos ensaios, que tá rolando a todo vapor. O filme vai ser bem legal, uma história muito bacana.

Os próximos passos será lançar nosso audiovisual, para todas as plataformas digitais, que vou até mandar umas músicas pra vocês da coluna ouvir, tenho certeza que irão gostar bastante. Um beijão...Assim tá bom demaisssss