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Tragédia do ‘Bateau Mouche’ completa 31 anos neste Réveillon

Virada do ano de 1988 para 1989 foi marcado por acidente

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A virada do ano de 1988 para 1989 foi marcado por uma tragédia inesquecível. No Rio de Janeiro, durante os preparativos para a queima de fogos em Copacabana, o barco ‘Bateau Mouche IV’, afundava na Baía de Guanabara tirando a vida de 55 pessoas, entre elas, a atriz Yara Amaral e sua mãe Elisa do Amaral.
A embarcação, que tinha cerca de 150 passageiros, seguia em direção à praia de Copacabana para assistirem a queima de fogos do Réveillon. Exatamente às 23h50 do dia 31 de dezembro de 1988 o ‘Bateau Mouche IV’ afundou entre a Ilha de Cotunduba e o Morro da Urca devido ao excesso de passageiros. O trágico acidente tomou conta dos notícias durante a virada do ano e nas semanas seguintes e até hoje continua sem resolução.

Yara Amaral, que estava com 52 anos na época, morreu por não saber nadar. A atriz fez diversos papéis de destaques em grandes novelas da Globo, como ‘Dancin’ Days’ (1978), ‘O Amor é Nosso’ (1981), ‘Sol de Verão’ (1982), ‘Guerra dos Sexos’ (1983), ‘Um Sonho a Mais’ (1985), ‘Cambalacho’ (1986), a minissérie ‘Anos Dourados’ (1986) e sua última aparição na TV foi em ‘Fera Radical’ (1988).

A primeira equipe de reportagem a chegar no local foi a da própria Rede Globo que estava cobrindo o Réveillon em Copacabana. O repórter Renato Machado e o cinegrafista Lúcio Rodrigues estavam em uma traineira se preparando para a transmissão da queima de fogos quando souberam do acidente e se dirigiram para lá.

Renato Machado deu um depoimento ao projeto ‘Memória Globo’ sobre a cobertura do trágico acidente. "Quando atravessamos em direção a Copacabana, a traineira onde estávamos jogava muito. Todo mundo passou mal, enjoou, inclusive nós", contou ele, que ainda relatou que acabaram voltando para o cais por conta do mar revolto.

"Quando voltamos, tivemos a notícia de que tinha havido um grande naufrágio, mais ou menos na altura da Praia Vermelha, e que havia muitos mortos. Quando chegamos no Aterro do Flamengo, duas ambulâncias dos bombeiros seguiam em alta velocidade. Eu falei: 'Fica atrás delas e vai onde elas forem'. E fomos", lembrou o repórter.

A Globo fez uma extensa cobertura sobre o naufrágio, inclusive com imagens exclusivas no Fantástico do dia 1º de Janeiro de 1989, onde chegaram a mostrar uma reconstrução do trajeto da embarcação. A repórter já falecida, Sandra Moreyra, fez a cobertura na manhã seguinte à tragédia cobrindo as equipes de resgate. A jornalista na época estava grávida do seu filho mais novo e isso deixou muitos telespectadores preocupados por ela estar ali vendo tudo aquilo.

Também em entrevista ao ‘Memória Globo’, a repórter relembrou dos momentos angustiantes que passou durante a gravidez e a cobertura do naufrágio. "Nunca vi uma coisa assim, tinha vontade de chorar a cada minuto. Chegavam famílias inteiras afogadas, pai, mãe, filho. Eu fazia flashes ao vivo, até que chegou uma hora em que me ligaram e falaram: 'Pode ir embora'", contou Sandra ao Memória Globo. 

Tempos depois o jornal ‘Notícias Populares’ divulgou que outros artistas tinham sido convidados para a comemoração na embarcação. Sérgio Mamberti e Yolanda Cardoso, foram convidados por Yara para curtirem a virada do ano no ‘Bateau Mouche’ em sua companhia, porém, Mamberti tinha um compromisso e acabou recusando e Yolando desistiu de ir porque Yara se atrasou para buscá-la.

Até hoje nenhum dos envolvidos no casa está preso por conta da lentidão da justiça brasileira. Apenas uma família recebeu indenização e os demais casos continuam em aberto sem prazo para conclusão.